Most Valuable Player: Doug Aldrich (Whitesnake)
Best New Talent: n/a
Best Guitarist: Doug Aldrich (Whitesnake)
Biggest Disappointment: Dream Theater, Megadeth, Joe Satriani, Scorpions e outros não se apresentaram em Porto Alegre.
Worst Band: são muitas...
BEST GUITAR ALBUMS OF 2008
Rock: "Good to Be Bad" - Whitesnake e "Black Ice" - AC/DC
Metal: "Death Magnectic" - Metallica
HALL OF FAME AWARDS
Best Guitarist: Tony Iommi
Best Album: "Made in Japan" - Deep Purple
Melhor DVD:
Melhor Show: Iron Maiden no Gigantinho e Whitesnake no Teatro do Bourbon Country
Banda nacional: n/d
quarta-feira, 31 de dezembro de 2008
terça-feira, 30 de dezembro de 2008
Recapitulando 2008 - Súmulas Vinculantes STF
Em 2008 o STF começou a utilizar uma nova e importante ferramenta destinada, como dizem, para estabilizar a interpretação constitucional a respeito de determinadas questões constitucionais; há quem cogite, e ainda não sei se há exagero ou não nisso, que essas súmulas vinculantes valem mais do que a lei produzida mediante o processo legislativo - seriam super-leis, pois o órgão que as edita é o próprio órgão encarregado de dar a interpretação do que a Constituição diz ou deixa de dizer. Como parte de eventuais estudos preparatórios para concursos, especialmente provas escritas, resolvi que seria um bom método para memorizar essas "SV´s" escrever resenhas, e o resultado, por ora, é o seguinte (faltam, ainda, as SV´s 9 a 13):
Súmula Vinculante n.º 1
Súmula Vinculante n.º 2
Súmula Vinculante n.º 3
Súmula Vinculante n.º 4
Súmula Vinculante n.º 5
Súmula Vinculante n.º 6
Súmula Vinculante n.º 7 - parte I, parte II, parte III, parte IV
Súmula Vinculante n.º 8 - parte I, parte II
Súmula Vinculante n.º 1
Súmula Vinculante n.º 2
Súmula Vinculante n.º 3
Súmula Vinculante n.º 4
Súmula Vinculante n.º 5
Súmula Vinculante n.º 6
Súmula Vinculante n.º 7 - parte I, parte II, parte III, parte IV
Súmula Vinculante n.º 8 - parte I, parte II
Recapitulando - Ensaios The Osmar-Band
Em 2008 voltei a ensaiar regularmente com uma banda, no caso a Osmar Band. Tentei registrar todas as impressões e recordações desses momentos inspirados e inspiradores, conforme constou das resenhas abaixo.
1) 20.05.2008 - "O primeiro foi em 20.05.2008"
2) 29.05.2008 - "Em 29.05.2008 foi o n.º 2"
3) 05.06.2008 - "O n.º III foi em 05.05.2008" (sic)
4) 11.06.2008 - "#4"
5) 17.06.2008 - "Em 17.06.2008 pela quinta vez"
6) 08.07.2008 - "You are number six"
7) 25.07.2008 - "Seven deadly sins"
8) 31.07.2008 - "Eight days a week"
9) 05.08.2008 - "Cool #9"
10) 21.08.2008 - "Force Ten ou Ten Years Gone"
11) 05.12.2008 - "Eleventh Earl of Mine"
1) 20.05.2008 - "O primeiro foi em 20.05.2008"
2) 29.05.2008 - "Em 29.05.2008 foi o n.º 2"
3) 05.06.2008 - "O n.º III foi em 05.05.2008" (sic)
4) 11.06.2008 - "#4"
5) 17.06.2008 - "Em 17.06.2008 pela quinta vez"
6) 08.07.2008 - "You are number six"
7) 25.07.2008 - "Seven deadly sins"
8) 31.07.2008 - "Eight days a week"
9) 05.08.2008 - "Cool #9"
10) 21.08.2008 - "Force Ten ou Ten Years Gone"
11) 05.12.2008 - "Eleventh Earl of Mine"
segunda-feira, 29 de dezembro de 2008
Recapitulando 2008 - Jogos do Grêmio
Nos destaques estão as resenhas (com fotos e vídeos) dos jogos que meu pai e eu assistimos da campanha gremista de 2008.
Data Hora Mandante Visitante
19/01 18h30 Grêmio 3 X 0 15 Novembro
23/01 21h45 Sapucaiense 1 X 1 Grêmio
26/01 18h30 Grêmio 1 X 0 Santa Cruz
02/02 16h00 Caxias 2 X 2 Grêmio
09/02 16h00 Grêmio 2 X 0 Novo Hamburgo
13/02 21h45 Jaciara - MT 0 X 1 Grêmio
17/02 16h00 Ulbra 0 X 1 Grêmio
21/02 21h45 Grêmio 2 X 1 Esportivo
24/02 16h00 Esportivo 1 X 2 Grêmio
27/02 20h30 Grêmio 6 X 0 Jaciara/MT
01/03 16h00 Grêmio 4 X 0 Ulbra
09/03 16h00 Novo Hamburgo 0 X 1 Grêmio
13/03 21h45 Grêmio 0 X 0 Caxias
16/03 16h00 Santa Cruz 2 X 3 Grêmio
20/03 17h00 Grêmio 2 X 0 Sapucaiense
26/03 21h45 15 Novembro 1 X 4 Grêmio
29/03 16h00 Juventude 1 X 2 Grêmio
02/04 21h50 Atlético GO 2 X 1 Grêmio
06/04 16h00 Grêmio 2 X 3 Juventude
09/04 21h45 Grêmio 2 X 1 Atlético GO
26/04 15h30 SC Ivoti 0 X 3 Grêmio
01/05 15h30 Ypiranga 0 X 3 Grêmio
03/05 15h30 Avaí 0 X 0 Grêmio
10/05 18h10 São Paulo 0 X 1 Grêmio
18/05 16h00 Grêmio 0 X 0 C.R.Flamengo
24/05 18h10 Grêmio 2 X 0 Náutico
31/05 18h20 Vasco 2 X 1 Grêmio
08/06 16h00 Grêmio 2 X 1 Fluminense
14/06 18h20 Goiás 0 X 3 Grêmio
22/06 18h10 Grêmio 3 X 0 Atlético PR
29/06 18h10 Grêmio 1 X 1 Internacional
06/07 18h10 Botafogo 2 X 0 Grêmio
09/07 21h45 Santos 1 X 1 Grêmio
13/07 18h10 Grêmio 2 X 1 Portuguesa
16/07 19h30 Sport 2 X 2 Grêmio
19/07 18h20 Grêmio 1 X 0 Cruzeiro
24/07 20h30 Figueirense 1 X 7 Grêmio
27/07 16h00 Grêmio 1 X 1 Palmeiras
31/07 20h30 Coritiba 0 X 1 Grêmio
03/08 16h00 Grêmio 2 X 0 Vitória
06/08 19h30 Grêmio 1 X 0 Ipatinga
09/08 18h20 Atlético MG 0 X 4 Grêmio
13/08 22h00 Internacional 1 X 1 Grêmio
17/08 16h00 Grêmio 1 X 0 São Paulo
21/08 20h30 Flamengo 2 X 1 Grêmio
24/08 18h10 Náutico 1 X 1 Grêmio
28/08 19h20 Grêmio 2 X 2 Internacional
31/08 16h00 Grêmio 2 X 1 Vasco
06/09 18h20 Fluminense 0 X 0 Grêmio
13/09 18h20 Grêmio 1 X 2 Goiás
21/09 16h00 Atlético PR 0 X 0 Grêmio
28/09 18h10 Internacional 4 X 1 Grêmio
04/10 16h00 Grêmio 2 X 1 Botafogo
08/10 22h00 Grêmio 2 X 0 Santos
19/10 18h10 Portuguesa 2 X 0 Grêmio
23/10 20h30 Grêmio 1 X 0 Sport
29/10 21h50 Cruzeiro 3 X 0 Grêmio
02/11 19h10 Grêmio 1 X 1 Figueirense
09/11 17h00 Palmeiras 0 X 1 Grêmio
16/11 19h10 Grêmio 2 X 1 Coritiba
23/11 17h00 Vitória 4 X 2 Grêmio
30/11 17h00 Ipatinga 1 X 4 Grêmio
07/12 17h00 Grêmio 2 X 0 Atlético MG
Data Hora Mandante Visitante
19/01 18h30 Grêmio 3 X 0 15 Novembro
23/01 21h45 Sapucaiense 1 X 1 Grêmio
26/01 18h30 Grêmio 1 X 0 Santa Cruz
02/02 16h00 Caxias 2 X 2 Grêmio
09/02 16h00 Grêmio 2 X 0 Novo Hamburgo
13/02 21h45 Jaciara - MT 0 X 1 Grêmio
17/02 16h00 Ulbra 0 X 1 Grêmio
21/02 21h45 Grêmio 2 X 1 Esportivo
24/02 16h00 Esportivo 1 X 2 Grêmio
27/02 20h30 Grêmio 6 X 0 Jaciara/MT
01/03 16h00 Grêmio 4 X 0 Ulbra
09/03 16h00 Novo Hamburgo 0 X 1 Grêmio
13/03 21h45 Grêmio 0 X 0 Caxias
16/03 16h00 Santa Cruz 2 X 3 Grêmio
20/03 17h00 Grêmio 2 X 0 Sapucaiense
26/03 21h45 15 Novembro 1 X 4 Grêmio
29/03 16h00 Juventude 1 X 2 Grêmio
02/04 21h50 Atlético GO 2 X 1 Grêmio
06/04 16h00 Grêmio 2 X 3 Juventude
09/04 21h45 Grêmio 2 X 1 Atlético GO
26/04 15h30 SC Ivoti 0 X 3 Grêmio
01/05 15h30 Ypiranga 0 X 3 Grêmio
03/05 15h30 Avaí 0 X 0 Grêmio
10/05 18h10 São Paulo 0 X 1 Grêmio
18/05 16h00 Grêmio 0 X 0 C.R.Flamengo
24/05 18h10 Grêmio 2 X 0 Náutico
31/05 18h20 Vasco 2 X 1 Grêmio
08/06 16h00 Grêmio 2 X 1 Fluminense
14/06 18h20 Goiás 0 X 3 Grêmio
22/06 18h10 Grêmio 3 X 0 Atlético PR
29/06 18h10 Grêmio 1 X 1 Internacional
06/07 18h10 Botafogo 2 X 0 Grêmio
09/07 21h45 Santos 1 X 1 Grêmio
13/07 18h10 Grêmio 2 X 1 Portuguesa
16/07 19h30 Sport 2 X 2 Grêmio
19/07 18h20 Grêmio 1 X 0 Cruzeiro
24/07 20h30 Figueirense 1 X 7 Grêmio
27/07 16h00 Grêmio 1 X 1 Palmeiras
31/07 20h30 Coritiba 0 X 1 Grêmio
03/08 16h00 Grêmio 2 X 0 Vitória
06/08 19h30 Grêmio 1 X 0 Ipatinga
09/08 18h20 Atlético MG 0 X 4 Grêmio
13/08 22h00 Internacional 1 X 1 Grêmio
17/08 16h00 Grêmio 1 X 0 São Paulo
21/08 20h30 Flamengo 2 X 1 Grêmio
24/08 18h10 Náutico 1 X 1 Grêmio
28/08 19h20 Grêmio 2 X 2 Internacional
31/08 16h00 Grêmio 2 X 1 Vasco
06/09 18h20 Fluminense 0 X 0 Grêmio
13/09 18h20 Grêmio 1 X 2 Goiás
21/09 16h00 Atlético PR 0 X 0 Grêmio
28/09 18h10 Internacional 4 X 1 Grêmio
04/10 16h00 Grêmio 2 X 1 Botafogo
08/10 22h00 Grêmio 2 X 0 Santos
19/10 18h10 Portuguesa 2 X 0 Grêmio
23/10 20h30 Grêmio 1 X 0 Sport
29/10 21h50 Cruzeiro 3 X 0 Grêmio
02/11 19h10 Grêmio 1 X 1 Figueirense
09/11 17h00 Palmeiras 0 X 1 Grêmio
16/11 19h10 Grêmio 2 X 1 Coritiba
23/11 17h00 Vitória 4 X 2 Grêmio
30/11 17h00 Ipatinga 1 X 4 Grêmio
07/12 17h00 Grêmio 2 X 0 Atlético MG
domingo, 28 de dezembro de 2008
Formula 1 - GP do Brasil (18.ª etapa, 02.11.2008, 14h30min)
Assim como ocorreu em 2007, a decisão do título de campeão de pilotos de 2008 teria como sede o autódromo de Interlagos, mas dessa vez um brasileiro era postulante ao título. A tarefa de Massa não era fácil, mas hoube uma espécie de mobilização nacional - a Formula 1 foi assunto durante a semana inteira na TV - na crença de que Hamilton falharia na hora decisiva.
O treino classificatório foi emocionante e o resultado satisfatório: Massa garantiu a pole, e Hamilton alinhou em 4.º; entre os dois ficaram Trulli e Raikkonen, com Kovalainen e Alonso em 5.º e 6.º lugares. O espanhol sugeriu que teria satisfação em ficar na frente de Hamilton para colaborar no título de Massa.
A largada ganhou um ingrediente inesperado de tensão, pois chovera forte e se impôs o seu adiamento por meia hora.
Massa andou na frente o tempo todo, então o que importava era acompanhar o rendimento de Hamilton. Faltando duas voltas para o fim, todos haviam parado para colocar pneus de chuva, pois as condições da pista haviam piorado significativamente. Timo Glock, no entanto, permaneceu com sua Toyota na pista e estava na 4.ª colocação, estatamente a frente de Vettel e Hamilton - esse resultado dava o título a Massa. O brasileiro finalizou a corrida, comemorou a vitória e o título, o box da Ferrari também, mas na última curva Glock não conseguia manter o carro na pista e perdeu muito tempo, e assim foi ultrapassado por Vettel e Hamilton, o que acabou dando o título ao inglês da McLaren.
Massa foi muito aplaudido e elogiado; por outro lado, não demorou para circularem notícias de que Glock teria facilitado para Hamilton, de olho em algum contrato com a McLaren, o que evidentemente não era o caso; o alemão simplesmente estava com o pneu errado para as condiçóes da pista, e resolveu adotar uma estratégia que acabou lhe favorecendo, pois ganhou posições em comparação com o rendimento que teria caso tivesse trocado de pneus como todos os outros.
A temporada 2008 foi bastante emocionante, com dois postulantes ao título com chances de se tornar campeão até a última curva. Além disso, outros pilotos e equipes conseguiram resultados significativos a partir da segunda metade da temporada, o que permite projetar um bom campeonato de 2009.
Brazilian Grand Prix Results - 2 November 2008 - 71 Laps
POS DRIVER NATIONALITY ENTRANT LAPS TIME/RETIRE
1. Felipe Massa Brazil Ferrari 71 1h34m11.435
2. Fernando Alonso Spain Renault 71 13.298
3. Kimi Raikkonen Finland Ferrari 71 16.235
4. Sebastian Vettel Germany Toro Rosso-Ferrari 71 38.011
5. Lewis Hamilton Britain McLaren-Mercedes 71 38.907
6. Timo Glock Germany Toyota 71 44.368
7. Heikki Kovalainen Finland McLaren-Mercedes 71 55.074
8. Jarno Trulli Italy Toyota 71 1m08.433
9. Mark Webber Australia Red Bull-Renault 71 1m19.666
10. Nick Heidfeld Germany BMW Sauber 70 1 Lap
11. Robert Kubica Poland BMW Sauber 70 1 Lap
12. Nico Rosberg Germany Williams-Toyota 70 1 Lap
13. Jenson Button Britain Honda 70 1 Lap
14. Sebastien Bourdais France Toro Rosso-Ferrari 70 1 Lap
15. Rubens Barrichello Brazil Honda 70 1 Lap
16. Adrian Sutil Germany Force India-Ferrari 69 2 Laps
17. Kazuki Nakajima Japan Williams-Toyota 69 2 Laps
18. Giancarlo Fisichella Italy Force India-Ferrari 69 2 Laps
R Nelson Piquet Brazil Renault 0 Accident
R David Coulthard Britain Red Bull-Renault 0 Accident
FASTEST LAP: Felipe Massa Brazil Ferrari 36 1:13.376
DRIVERS CHAMPIONSHIP POSITIONS:
POS DRIVER NATIONALITY ENTRANT POINTS
1. LEWIS HAMILTON Britain McLaren-Mercedes 98
2. FELIPE MASSA Brazil Ferrari 97
3. KIMI RAIKKONEN Finland Ferrari 75
ROBERT KUBICA Poland BMW Sauber 75
5. FERNANDO ALONSO Spain Renault 61
6. NICK HEIDFELD Germany BMW Sauber 60
7. HEIKKI KOVALAINEN Finland McLaren-Mercedes 53
8. SEBASTIAN VETTEL France Toro Rosso-Ferrari 35
9. JARNO TRULLI Italy Toyota 31
10. TIMO GLOCK Germany Toyota 25
11. MARK WEBBER Australia Red Bull-Renault 21
12. NELSON PIQUET Brazil Renault 19
13. NICO ROSBERG Germany Williams-Toyota 17
14. RUBENS BARRICHELLO Brazil Honda 11
15. KAZUKI NAKAJIMA Japan Williams-Toyota 9
16. DAVID COULTHARD Britain Red Bull-Renault 8
17. SEBASTIEN BOURDAIS France Toro Rosso-Ferrari 4
18. JENSON BUTTON Britain Honda 3
CONSTRUCTORS CHAMPIONSHIP POSITIONS:
POS CONSTRUCTOR POINTS
1. FERRARI 172
2. MCLAREN-MERCEDES 151
3. BMW SAUBER 135
4. RENAULT 80
5. TOYOTA 56
6. TORO ROSSO-FERRARI 39
7. RED BULL-RENAULT 29
8. WILLIAMS-TOYOTA 26
9. HONDA 14
O treino classificatório foi emocionante e o resultado satisfatório: Massa garantiu a pole, e Hamilton alinhou em 4.º; entre os dois ficaram Trulli e Raikkonen, com Kovalainen e Alonso em 5.º e 6.º lugares. O espanhol sugeriu que teria satisfação em ficar na frente de Hamilton para colaborar no título de Massa.
A largada ganhou um ingrediente inesperado de tensão, pois chovera forte e se impôs o seu adiamento por meia hora.
Massa andou na frente o tempo todo, então o que importava era acompanhar o rendimento de Hamilton. Faltando duas voltas para o fim, todos haviam parado para colocar pneus de chuva, pois as condições da pista haviam piorado significativamente. Timo Glock, no entanto, permaneceu com sua Toyota na pista e estava na 4.ª colocação, estatamente a frente de Vettel e Hamilton - esse resultado dava o título a Massa. O brasileiro finalizou a corrida, comemorou a vitória e o título, o box da Ferrari também, mas na última curva Glock não conseguia manter o carro na pista e perdeu muito tempo, e assim foi ultrapassado por Vettel e Hamilton, o que acabou dando o título ao inglês da McLaren.
Massa foi muito aplaudido e elogiado; por outro lado, não demorou para circularem notícias de que Glock teria facilitado para Hamilton, de olho em algum contrato com a McLaren, o que evidentemente não era o caso; o alemão simplesmente estava com o pneu errado para as condiçóes da pista, e resolveu adotar uma estratégia que acabou lhe favorecendo, pois ganhou posições em comparação com o rendimento que teria caso tivesse trocado de pneus como todos os outros.
A temporada 2008 foi bastante emocionante, com dois postulantes ao título com chances de se tornar campeão até a última curva. Além disso, outros pilotos e equipes conseguiram resultados significativos a partir da segunda metade da temporada, o que permite projetar um bom campeonato de 2009.
Brazilian Grand Prix Results - 2 November 2008 - 71 Laps
POS DRIVER NATIONALITY ENTRANT LAPS TIME/RETIRE
1. Felipe Massa Brazil Ferrari 71 1h34m11.435
2. Fernando Alonso Spain Renault 71 13.298
3. Kimi Raikkonen Finland Ferrari 71 16.235
4. Sebastian Vettel Germany Toro Rosso-Ferrari 71 38.011
5. Lewis Hamilton Britain McLaren-Mercedes 71 38.907
6. Timo Glock Germany Toyota 71 44.368
7. Heikki Kovalainen Finland McLaren-Mercedes 71 55.074
8. Jarno Trulli Italy Toyota 71 1m08.433
9. Mark Webber Australia Red Bull-Renault 71 1m19.666
10. Nick Heidfeld Germany BMW Sauber 70 1 Lap
11. Robert Kubica Poland BMW Sauber 70 1 Lap
12. Nico Rosberg Germany Williams-Toyota 70 1 Lap
13. Jenson Button Britain Honda 70 1 Lap
14. Sebastien Bourdais France Toro Rosso-Ferrari 70 1 Lap
15. Rubens Barrichello Brazil Honda 70 1 Lap
16. Adrian Sutil Germany Force India-Ferrari 69 2 Laps
17. Kazuki Nakajima Japan Williams-Toyota 69 2 Laps
18. Giancarlo Fisichella Italy Force India-Ferrari 69 2 Laps
R Nelson Piquet Brazil Renault 0 Accident
R David Coulthard Britain Red Bull-Renault 0 Accident
FASTEST LAP: Felipe Massa Brazil Ferrari 36 1:13.376
DRIVERS CHAMPIONSHIP POSITIONS:
POS DRIVER NATIONALITY ENTRANT POINTS
1. LEWIS HAMILTON Britain McLaren-Mercedes 98
2. FELIPE MASSA Brazil Ferrari 97
3. KIMI RAIKKONEN Finland Ferrari 75
ROBERT KUBICA Poland BMW Sauber 75
5. FERNANDO ALONSO Spain Renault 61
6. NICK HEIDFELD Germany BMW Sauber 60
7. HEIKKI KOVALAINEN Finland McLaren-Mercedes 53
8. SEBASTIAN VETTEL France Toro Rosso-Ferrari 35
9. JARNO TRULLI Italy Toyota 31
10. TIMO GLOCK Germany Toyota 25
11. MARK WEBBER Australia Red Bull-Renault 21
12. NELSON PIQUET Brazil Renault 19
13. NICO ROSBERG Germany Williams-Toyota 17
14. RUBENS BARRICHELLO Brazil Honda 11
15. KAZUKI NAKAJIMA Japan Williams-Toyota 9
16. DAVID COULTHARD Britain Red Bull-Renault 8
17. SEBASTIEN BOURDAIS France Toro Rosso-Ferrari 4
18. JENSON BUTTON Britain Honda 3
CONSTRUCTORS CHAMPIONSHIP POSITIONS:
POS CONSTRUCTOR POINTS
1. FERRARI 172
2. MCLAREN-MERCEDES 151
3. BMW SAUBER 135
4. RENAULT 80
5. TOYOTA 56
6. TORO ROSSO-FERRARI 39
7. RED BULL-RENAULT 29
8. WILLIAMS-TOYOTA 26
9. HONDA 14
Formula 1 - GP da China (17.ª rodada, 19.10.2008, 5h)
Prefiro o horário da madrugada para acompanhar os GPs, mas esse disputado na China foi bem difícil para se manter acordado (sequer me dignei a assistir ao treino classificatório), vez que a transmissão se deu às 5h. E a corrida não colaborou, pois Hamilton venceu com tranqüilidade, seguido de Massa. O brasileiro largou em 5.º e teria de fazer mais uma daquelas corridas mágicas, pois Hamilton fez o melhor tempo no treino de sábado; o cara foi competente o bastante para se recuperar e chegar em 2.º. O problema é que um resultado como esse, a essa altura, significa que Hamilton conseguiu aumentar dois pontos de diferença na ponta da tabela, e assim, para Massa ser campeão, deveria vencer o GP do Brasil e torcer para Hamilton finalizar apenas em 6.º, ou chegar em 2.º e torcer para Hamilton ser apenas o 8.º.
Chinese Grand Prix Results - 19 October 2008 - 56 Laps
POS DRIVER NATIONALITY ENTRANT LAPS TIME/RETIRE
1. Lewis Hamilton Britain McLaren-Mercedes 56 1h31m57.403
2. Felipe Massa Brazil Ferrari 56 14.925
3. Kimi Raikkonen Finland Ferrari 56 16.445
4. Fernando Alonso Spain Renault 56 18.370
5. Nick Heidfeld Germany BMW Sauber 56 28.923
6. Robert Kubica Poland BMW Sauber 56 33.219
7. Timo Glock Germany Toyota 56 41.722
8. Nelson Piquet Brazil Renault 56 56.645
9. Sebastian Vettel Germany Toro Rosso-Ferrari 56 1m04.339
10. David Coulthard Britain Red Bull-Renault 56 1m14.842
11. Rubens Barrichello Brazil Honda 56 1m25.061
12. Kazuki Nakajima Japan Williams-Toyota 56 1m30.847
13. Sebastien Bourdais France Toro Rosso-Ferrari 56 1m31.457
14. Mark Webber Australia Red Bull-Renault 56 1m32.422
15. Nico Rosberg Germany Williams-Toyota 55 1 Lap
16. Jenson Button Britain Honda 55 1 Lap
17. Giancarlo Fisichella Italy Force India-Ferrari 55 1 Lap
R Heikki Kovalainen Finland McLaren-Mercedes 49 Hydraulics
R Adrian Sutil Germany Force India-Ferrari 13 Gearbox
R Jarno Trulli Italy Toyota 2 Damage
FASTEST LAP: Lewis Hamilton Britain McLaren-Mercedes 13 1:36.325
Standings
Points standings (after 17 rounds)
DRIVERS CHAMPIONSHIP POSITIONS:
POS DRIVER NATIONALITY ENTRANT POINTS
1. LEWIS HAMILTON Britain McLaren-Mercedes 94
2. FELIPE MASSA Brazil Ferrari 87
3. ROBERT KUBICA Poland BMW Sauber 75
4. KIMI RAIKKONEN Finland Ferrari 69
5. NICK HEIDFELD Germany BMW Sauber 60
6. FERNANDO ALONSO Spain Renault 53
7. HEIKKI KOVALAINEN Finland McLaren-Mercedes 51
8. SEBASTIAN VETTEL France Toro Rosso-Ferrari 30
JARNO TRULLI Italy Toyota 30
10. TIMO GLOCK Germany Toyota 22
11. MARK WEBBER Australia Red Bull-Renault 21
12. NELSON PIQUET Brazil Renault 19
13. NICO ROSBERG Germany Williams-Toyota 17
14. RUBENS BARRICHELLO Brazil Honda 11
15. KAZUKI NAKAJIMA Japan Williams-Toyota 9
16. DAVID COULTHARD Britain Red Bull-Renault 8
17. SEBASTIEN BOURDAIS France Toro Rosso-Ferrari 4
18. JENSON BUTTON Britain Honda 3
CONSTRUCTORS CHAMPIONSHIP POSITIONS:
POS CONSTRUCTOR POINTS
1. FERRARI 156
2. MCLAREN-MERCEDES 145
3. BMW SAUBER 135
4. RENAULT 72
5. TOYOTA 52
6. TORO ROSSO-FERRARI 34
7. RED BULL-RENAULT 29
8. WILLIAMS-TOYOTA 26
9. HONDA 14
Chinese Grand Prix Results - 19 October 2008 - 56 Laps
POS DRIVER NATIONALITY ENTRANT LAPS TIME/RETIRE
1. Lewis Hamilton Britain McLaren-Mercedes 56 1h31m57.403
2. Felipe Massa Brazil Ferrari 56 14.925
3. Kimi Raikkonen Finland Ferrari 56 16.445
4. Fernando Alonso Spain Renault 56 18.370
5. Nick Heidfeld Germany BMW Sauber 56 28.923
6. Robert Kubica Poland BMW Sauber 56 33.219
7. Timo Glock Germany Toyota 56 41.722
8. Nelson Piquet Brazil Renault 56 56.645
9. Sebastian Vettel Germany Toro Rosso-Ferrari 56 1m04.339
10. David Coulthard Britain Red Bull-Renault 56 1m14.842
11. Rubens Barrichello Brazil Honda 56 1m25.061
12. Kazuki Nakajima Japan Williams-Toyota 56 1m30.847
13. Sebastien Bourdais France Toro Rosso-Ferrari 56 1m31.457
14. Mark Webber Australia Red Bull-Renault 56 1m32.422
15. Nico Rosberg Germany Williams-Toyota 55 1 Lap
16. Jenson Button Britain Honda 55 1 Lap
17. Giancarlo Fisichella Italy Force India-Ferrari 55 1 Lap
R Heikki Kovalainen Finland McLaren-Mercedes 49 Hydraulics
R Adrian Sutil Germany Force India-Ferrari 13 Gearbox
R Jarno Trulli Italy Toyota 2 Damage
FASTEST LAP: Lewis Hamilton Britain McLaren-Mercedes 13 1:36.325
Standings
Points standings (after 17 rounds)
DRIVERS CHAMPIONSHIP POSITIONS:
POS DRIVER NATIONALITY ENTRANT POINTS
1. LEWIS HAMILTON Britain McLaren-Mercedes 94
2. FELIPE MASSA Brazil Ferrari 87
3. ROBERT KUBICA Poland BMW Sauber 75
4. KIMI RAIKKONEN Finland Ferrari 69
5. NICK HEIDFELD Germany BMW Sauber 60
6. FERNANDO ALONSO Spain Renault 53
7. HEIKKI KOVALAINEN Finland McLaren-Mercedes 51
8. SEBASTIAN VETTEL France Toro Rosso-Ferrari 30
JARNO TRULLI Italy Toyota 30
10. TIMO GLOCK Germany Toyota 22
11. MARK WEBBER Australia Red Bull-Renault 21
12. NELSON PIQUET Brazil Renault 19
13. NICO ROSBERG Germany Williams-Toyota 17
14. RUBENS BARRICHELLO Brazil Honda 11
15. KAZUKI NAKAJIMA Japan Williams-Toyota 9
16. DAVID COULTHARD Britain Red Bull-Renault 8
17. SEBASTIEN BOURDAIS France Toro Rosso-Ferrari 4
18. JENSON BUTTON Britain Honda 3
CONSTRUCTORS CHAMPIONSHIP POSITIONS:
POS CONSTRUCTOR POINTS
1. FERRARI 156
2. MCLAREN-MERCEDES 145
3. BMW SAUBER 135
4. RENAULT 72
5. TOYOTA 52
6. TORO ROSSO-FERRARI 34
7. RED BULL-RENAULT 29
8. WILLIAMS-TOYOTA 26
9. HONDA 14
14.º show da Burnin´ Boat: 21.11.2004 - Coruja de Minerva
A mim parece que o Nilton já não estava mais na banda quando surgiu a oportunidade para mais um show, dessa vez no Coruja de Minerva, uma espécie de Guion (sem os cinemas) perto do Estádio Olímpico. Tocaríamos no Kant Bar. O Bruce se encarregou de fazer a divulgação, inclusive com um press release divulgado em site e no Whiplash, mas não houve cartazes pela cidade, nem flyers, nem inserção de qualquer espécie, de modo que tendo o show sido realizado no final de tarde de um domingo ensolarado, num local desconhecido, não houve condições de reunir público significativo.
Os contatos com o Vinícius estavam mais fortes, e dessa vez o cara, além de tocar uma música conosco, se apresentaria com a sua banda Hileia, da qual sabíamos que podíamos esperar muita técnica nos instrumentos. A nossa apresentação na Croco certamente teve algum efeito positivo sobre certas pessoas, dentre as quais o próprio Vinicius que revelou ao Bruce a vontade de tocar uma das nossas composições próprias; mas num incrível erro de comunicação, o Bruce entendeu que a música que o Vinícius curtira era “Hidden”, quando na verdade se tratava de “Ace´s High”.
Sem o Nilton, portanto, contaríamos mais uma vez com o Luis Carlos, o que era bom de certa maneira pois o cara é tão divertido quanto, e toca baixo com competência. Realmente fiquei muito satisfeito com a disponibilidade dele, e a sua vontade de tocar, além dos constantes elogios que ele fazia ao nosso som próprio (certa vez ele disse que o riff de “Heal My Soul” era viciante, e isso me alegrou imensamente). O Luis Carlos também tinha uma formação bem diferente; o cara era fã de hard rock farofa, e tinha bons conhecimentos sobre heavy metal tradicional, de modo que naturalmente tocamos e incorporamos “For Whom the Bell Tolls”, do Metallica, ao set list, além de “Crazy Train” do Ozzy Osbourne.
A resenha que eu fiz na época para o meu blog é a que segue:
“O local do show tem nome inusitado, mas se trata de um centro comercial no estilo do Guion (mal comparando), com vários bares com sinuca, salas de musculação, tatuagem e até uma com parede para prática de "alpinismo". O lugar é decente, perto do Estádio Olímpico, e tem uma parada de ônibus bem na frente (vimos várias linhas de ônibus e lotação passando por ali). Mas o horário, o belo tempo que fez neste domingo, e a distância em relação ao Centro e ao Bom Fim, afugentaram o público. De minha parte, fiquei honrado pelas presenças qualificadas do André e do Dieter.
Encontramo-nos diretamente no local às 16h (o show estava previsto para 18h). Como a nossa seria a primeira banda, fizemos a passagem de som por último. Tocamos apenas a metade de HIDDEN com o Vinícius. Rolou, após, uma pequena jam (alguns riffs nossos) entre eu, Bruce e Márcio (guitarrista da Hiléia). O show começou pouco depois das 19h.
O set-list foi tacitamente determinado por mim, em atenção às trocas de afinações e à participação do Vinícius: ACE´S HIGH, BLACK DRESSING SOUL, NOISE GARDEN, HEAL MY SOUL, CRAZY TRAIN, FOR WHOM THE BELL TOLLS, HIDDEN e PERFECT STRANGERS - e SPECTREMAN. De modo geral, a execução das músicas foi boa. Rolou alguma empolgação em ACE´S HIGH (por ser a primeira, e por ser boa). Aparentemente, segundo o Bruce ao final do show, era essa que o Vinícius havia pedido para tocar; mas, em razão de uma falha na comunicação entre os dois, acabou tocando em HIDDEN. CRAZY TRAIN, como era de se esperar, foi outra que empolgou (um dos presentes posicionou-se bem a frente do Cláudio na hora do solo).
A participação do Vinícius, mais uma vez, foi muito boa. Ele, efetivamente, tirou os riffs de HIDDEN e ainda solou naquela parte lenta da versão de estúdio, que não tocávamos há bastante tempo, e que foi resgatada exclusivamente para esse show. PERFECT STRANGERS foi perfeita - é daquelas extremamente chatas de tocar nos ensaios, só com as guitarras, mas altamente compensadoras quando executadas ao vivo, com o acréscimo dos teclados.
Em seguida subiu ao palco a Hiléia. Todos os integrantes possuem invejável técnica. Abriram com ANOTHER DIMENSION do Liquid Tension Experiment, tocaram um pouco do riff de AS I AM do Dream Theater e emendaram com uma composição própria (THE WORST DAY OF YOUR LIFE), se não estou enganado. Mas o melhor momento da noite, para mim, foi quando eles tocaram EROTOMANIA do Dream Theater. É, seguramente, o melhor instrumental do DT, que exige muito do guitarrista. E o Márcio, que confidenciou que a banda não havia ensaiado para o show, desempenhou brilhantemente o papel de John Petrucci - o cara tem uma palhetada muito boa, e é muito ágil na mão esquerda. Sem contar que alcançou timbres decentes da pedaleira Digitech 7 (eu tenho a 6, e não uso mais). Rolou um cover de MASTER OF PUPPETS. Quando deram por encerrado o show, exigimos que tocassem um Rush. Luke sugeriu YYZ, que foi perfeitamente executada.
A Silent Storm fechou com vários covers de clássicos do metal e uma composição própria (bem melhor que Gamma Ray). Abriram com KILL THE KING do Megadeth (bela música). Em geral as execuções foram bem aceleradas - mas não vejo nada de errado nisso, pois acabou até sendo positivo, uma vez que reprisaram FOR WHOM THE BELL TOLLS e MASTER OF PUPPETS. Tocaram um Iced Earth que é muito bom (não lembro o nome da música), um Iron (TRANSYLVANIA), outro Metallica (SEEK AND DESTROY), e outro Megadeth (SYMPHONY OF DESTRUCTION). O guitarrista solo tem boa técnica, mas o timbre não ajudou. O Luke mandou bem no baixo e nos vocais (é afinado, e compensa alguma falta de alcance da voz com uma presença de palco altamente carismática - o lance do "Concurso garota Silent Storm" foi hilário).
De modo geral, considerei positivo o show, pois não houve problemas com o som (que muitas vezes esteve bem alto) e nem com a organização. A falta de público é mesmo um problema crônico, que só será resolvido quando se fizer propaganda mais agressiva, como cartazes nas ruas, inserções nas rádios e até apresentação em programas tipo Radar e aquele da TV COM, além de consolidar o Coruja de Minerva (que nome!) como local para shows de som pesado.”
Pouco depois desse show, fizemos mais três ensaios no final de 2004, todos eles com o Luis Carlos no baixo, e apenas o primeiro com o Cláudio na guitarra. Resolvemos baixar a afinação das guitarras em um tom, que era uma tendência já revelada há algum tempo. Esses ensaios foram totalmente descompromissados, e no segundo deles tivemos a oportunidade de fazer um dos mais divertidos de todos os tempos, no qual o Bruce, eu, o Luis Carlos e o Luciano (além do Sebastian, dono do estúdio), fizemos covers de uma porção de músicas de várias bandas diferentes. Após o terceiro ensaio, resolvi não agendar o próximo encontro, pois não queria me vincular naquele final de ano. Mal sabia eu que aquele seria o nosso último encontro antes de tocarmos mais uma vez um ano depois, em janeiro de 2006.
Em 2005, cada um foi para um lado. O Cláudio arranjou um belo trabalho na Finlândia, e assim passaria 2006 fora do Brasil. Em janeiro de 2006 resolvemos fazer um ensaio de despedida, e assim nos reunimos com o Gilberto e o Luciano nos vocais, além do Nilton no baixo.
Apenas em março de 2007 o Bruce e eu voltamos a nos reunir para uma sessão de gravações, na qual registramos algumas músicas há tempo compostas (“Sluts of Justice”, “Heal my Soul”), revitalizamos um bom riff (“Oblivious”) e ainda juntamos idéias em torno de um dedilhado estilo Opeth que havia criado no final de 2004 (que o Bruce denominou de “Hollow”). De todas a melhor é essa última, e a sua criação foi bastante inusitada e o resultado foi bem satisfatório. Apesar do meu plano de fazer esse tipo de sessão uma atividade mensal, acabei sucumbindo a outros afazeres inadiáveis, de modo que mais uma vez a banda ficou inativa.
Os contatos com o Vinícius estavam mais fortes, e dessa vez o cara, além de tocar uma música conosco, se apresentaria com a sua banda Hileia, da qual sabíamos que podíamos esperar muita técnica nos instrumentos. A nossa apresentação na Croco certamente teve algum efeito positivo sobre certas pessoas, dentre as quais o próprio Vinicius que revelou ao Bruce a vontade de tocar uma das nossas composições próprias; mas num incrível erro de comunicação, o Bruce entendeu que a música que o Vinícius curtira era “Hidden”, quando na verdade se tratava de “Ace´s High”.
Sem o Nilton, portanto, contaríamos mais uma vez com o Luis Carlos, o que era bom de certa maneira pois o cara é tão divertido quanto, e toca baixo com competência. Realmente fiquei muito satisfeito com a disponibilidade dele, e a sua vontade de tocar, além dos constantes elogios que ele fazia ao nosso som próprio (certa vez ele disse que o riff de “Heal My Soul” era viciante, e isso me alegrou imensamente). O Luis Carlos também tinha uma formação bem diferente; o cara era fã de hard rock farofa, e tinha bons conhecimentos sobre heavy metal tradicional, de modo que naturalmente tocamos e incorporamos “For Whom the Bell Tolls”, do Metallica, ao set list, além de “Crazy Train” do Ozzy Osbourne.
A resenha que eu fiz na época para o meu blog é a que segue:
“O local do show tem nome inusitado, mas se trata de um centro comercial no estilo do Guion (mal comparando), com vários bares com sinuca, salas de musculação, tatuagem e até uma com parede para prática de "alpinismo". O lugar é decente, perto do Estádio Olímpico, e tem uma parada de ônibus bem na frente (vimos várias linhas de ônibus e lotação passando por ali). Mas o horário, o belo tempo que fez neste domingo, e a distância em relação ao Centro e ao Bom Fim, afugentaram o público. De minha parte, fiquei honrado pelas presenças qualificadas do André e do Dieter.
Encontramo-nos diretamente no local às 16h (o show estava previsto para 18h). Como a nossa seria a primeira banda, fizemos a passagem de som por último. Tocamos apenas a metade de HIDDEN com o Vinícius. Rolou, após, uma pequena jam (alguns riffs nossos) entre eu, Bruce e Márcio (guitarrista da Hiléia). O show começou pouco depois das 19h.
O set-list foi tacitamente determinado por mim, em atenção às trocas de afinações e à participação do Vinícius: ACE´S HIGH, BLACK DRESSING SOUL, NOISE GARDEN, HEAL MY SOUL, CRAZY TRAIN, FOR WHOM THE BELL TOLLS, HIDDEN e PERFECT STRANGERS - e SPECTREMAN. De modo geral, a execução das músicas foi boa. Rolou alguma empolgação em ACE´S HIGH (por ser a primeira, e por ser boa). Aparentemente, segundo o Bruce ao final do show, era essa que o Vinícius havia pedido para tocar; mas, em razão de uma falha na comunicação entre os dois, acabou tocando em HIDDEN. CRAZY TRAIN, como era de se esperar, foi outra que empolgou (um dos presentes posicionou-se bem a frente do Cláudio na hora do solo).
A participação do Vinícius, mais uma vez, foi muito boa. Ele, efetivamente, tirou os riffs de HIDDEN e ainda solou naquela parte lenta da versão de estúdio, que não tocávamos há bastante tempo, e que foi resgatada exclusivamente para esse show. PERFECT STRANGERS foi perfeita - é daquelas extremamente chatas de tocar nos ensaios, só com as guitarras, mas altamente compensadoras quando executadas ao vivo, com o acréscimo dos teclados.
Em seguida subiu ao palco a Hiléia. Todos os integrantes possuem invejável técnica. Abriram com ANOTHER DIMENSION do Liquid Tension Experiment, tocaram um pouco do riff de AS I AM do Dream Theater e emendaram com uma composição própria (THE WORST DAY OF YOUR LIFE), se não estou enganado. Mas o melhor momento da noite, para mim, foi quando eles tocaram EROTOMANIA do Dream Theater. É, seguramente, o melhor instrumental do DT, que exige muito do guitarrista. E o Márcio, que confidenciou que a banda não havia ensaiado para o show, desempenhou brilhantemente o papel de John Petrucci - o cara tem uma palhetada muito boa, e é muito ágil na mão esquerda. Sem contar que alcançou timbres decentes da pedaleira Digitech 7 (eu tenho a 6, e não uso mais). Rolou um cover de MASTER OF PUPPETS. Quando deram por encerrado o show, exigimos que tocassem um Rush. Luke sugeriu YYZ, que foi perfeitamente executada.
A Silent Storm fechou com vários covers de clássicos do metal e uma composição própria (bem melhor que Gamma Ray). Abriram com KILL THE KING do Megadeth (bela música). Em geral as execuções foram bem aceleradas - mas não vejo nada de errado nisso, pois acabou até sendo positivo, uma vez que reprisaram FOR WHOM THE BELL TOLLS e MASTER OF PUPPETS. Tocaram um Iced Earth que é muito bom (não lembro o nome da música), um Iron (TRANSYLVANIA), outro Metallica (SEEK AND DESTROY), e outro Megadeth (SYMPHONY OF DESTRUCTION). O guitarrista solo tem boa técnica, mas o timbre não ajudou. O Luke mandou bem no baixo e nos vocais (é afinado, e compensa alguma falta de alcance da voz com uma presença de palco altamente carismática - o lance do "Concurso garota Silent Storm" foi hilário).
De modo geral, considerei positivo o show, pois não houve problemas com o som (que muitas vezes esteve bem alto) e nem com a organização. A falta de público é mesmo um problema crônico, que só será resolvido quando se fizer propaganda mais agressiva, como cartazes nas ruas, inserções nas rádios e até apresentação em programas tipo Radar e aquele da TV COM, além de consolidar o Coruja de Minerva (que nome!) como local para shows de som pesado.”
Pouco depois desse show, fizemos mais três ensaios no final de 2004, todos eles com o Luis Carlos no baixo, e apenas o primeiro com o Cláudio na guitarra. Resolvemos baixar a afinação das guitarras em um tom, que era uma tendência já revelada há algum tempo. Esses ensaios foram totalmente descompromissados, e no segundo deles tivemos a oportunidade de fazer um dos mais divertidos de todos os tempos, no qual o Bruce, eu, o Luis Carlos e o Luciano (além do Sebastian, dono do estúdio), fizemos covers de uma porção de músicas de várias bandas diferentes. Após o terceiro ensaio, resolvi não agendar o próximo encontro, pois não queria me vincular naquele final de ano. Mal sabia eu que aquele seria o nosso último encontro antes de tocarmos mais uma vez um ano depois, em janeiro de 2006.
Em 2005, cada um foi para um lado. O Cláudio arranjou um belo trabalho na Finlândia, e assim passaria 2006 fora do Brasil. Em janeiro de 2006 resolvemos fazer um ensaio de despedida, e assim nos reunimos com o Gilberto e o Luciano nos vocais, além do Nilton no baixo.
Apenas em março de 2007 o Bruce e eu voltamos a nos reunir para uma sessão de gravações, na qual registramos algumas músicas há tempo compostas (“Sluts of Justice”, “Heal my Soul”), revitalizamos um bom riff (“Oblivious”) e ainda juntamos idéias em torno de um dedilhado estilo Opeth que havia criado no final de 2004 (que o Bruce denominou de “Hollow”). De todas a melhor é essa última, e a sua criação foi bastante inusitada e o resultado foi bem satisfatório. Apesar do meu plano de fazer esse tipo de sessão uma atividade mensal, acabei sucumbindo a outros afazeres inadiáveis, de modo que mais uma vez a banda ficou inativa.
sábado, 27 de dezembro de 2008
Recapitulando 2008 - Discos essenciais
No início de outubro de 2004 resolvi escrever sobre alguns discos que formam parte da minha coleção por considerá-los essenciais. Na oportunidade, enfatizei que "Os discos abaixo enumerados são fundamentais, essenciais e muito inspiradores. Aguçam o espírito e atiçam a alma. São, realmente, inquietantes. Mas SÓ eu os considero assim."
A tônica, pois, dos discos essenciais é que se tratam de álbuns que por alguma razão só eu (isto é, não conheço ninguém mais que goste deles, ou os considere excelentes) considero marcantes a ponto de considerá-los fundamentais, ou essenciais.
Até o presente, esta lista conta com os seguintes discos:
1) Steve Vai - "Alien Love Secrets"
2) Black Sabbath - "The Eternal Idol"
3) Yes - "Relayer"
4) Yngwie Malmsteen - "Alchemy"
5) Mercyful Fate - "Into the Unknown"
6) MD. 45 - "The Craving"
7) Kiss - "Animalize"
8) Azymuth & Marcos Valle - "O Fabuloso Fittipaldi" (esse é o único que nunca vi para vender em cd ou vinil; conseqüentemente, é o único que não tenho em casa)
9) AC/DC - "Flick of the Switch"
10) Jean Michel Jarre - "Les Concerts en Chine"
11) Symphony X - "The Divine Wings of Tragedy" (admito que esse disco é tido como um dos melhores da discografia da banda... para mim, durante muito tempo, foi o melhor do Symphony X, mas particularmente não é o mais inspirador - acho que "Twilight in Olympus" ocuparia melhor esse posto)
12) Winger - "Pull" (pelo menos há um tempo atrás o Bruce também curtia bastante esse disco)
13) Impellitteri - "Screaming Symphony"
14) Queen - "News of the World"
15) Judas Priest - "Jugulator"
16) Mahavishnu Orchestra - "The Inner Mounting Flame"
17) Stratovarius - "Visions"
18) Black Sabbath - "Cross Purposes"
19) Kiss - "Alive V Obras Revenge - Live at Obras Sanitarias 5/9/94"
20) Black Sabbath - "Seventh Star"
A tônica, pois, dos discos essenciais é que se tratam de álbuns que por alguma razão só eu (isto é, não conheço ninguém mais que goste deles, ou os considere excelentes) considero marcantes a ponto de considerá-los fundamentais, ou essenciais.
Até o presente, esta lista conta com os seguintes discos:
1) Steve Vai - "Alien Love Secrets"
2) Black Sabbath - "The Eternal Idol"
3) Yes - "Relayer"
4) Yngwie Malmsteen - "Alchemy"
5) Mercyful Fate - "Into the Unknown"
6) MD. 45 - "The Craving"
7) Kiss - "Animalize"
8) Azymuth & Marcos Valle - "O Fabuloso Fittipaldi" (esse é o único que nunca vi para vender em cd ou vinil; conseqüentemente, é o único que não tenho em casa)
9) AC/DC - "Flick of the Switch"
10) Jean Michel Jarre - "Les Concerts en Chine"
11) Symphony X - "The Divine Wings of Tragedy" (admito que esse disco é tido como um dos melhores da discografia da banda... para mim, durante muito tempo, foi o melhor do Symphony X, mas particularmente não é o mais inspirador - acho que "Twilight in Olympus" ocuparia melhor esse posto)
12) Winger - "Pull" (pelo menos há um tempo atrás o Bruce também curtia bastante esse disco)
13) Impellitteri - "Screaming Symphony"
14) Queen - "News of the World"
15) Judas Priest - "Jugulator"
16) Mahavishnu Orchestra - "The Inner Mounting Flame"
17) Stratovarius - "Visions"
18) Black Sabbath - "Cross Purposes"
19) Kiss - "Alive V Obras Revenge - Live at Obras Sanitarias 5/9/94"
20) Black Sabbath - "Seventh Star"
sexta-feira, 26 de dezembro de 2008
CD - Black Sabbath “Forbidden” (1995)
Seja qual for a motivação, o fato é que Tony Iommi manteve o Black Sabbath em atividade lançando discos regularmente entre a segunda metade dos anos 1980 e a primeira metade dos anos 1990. Sem o apelo de Ozzy ou Dio, e com o domínio de bandas grunge (já em declínio, mas ainda não se falava em nu-metal), é provável que as vendas dos discos na época já não fossem expressivas, mas isso não impediu o cara a lançar “Forbidden”.
Trata-se do último disco com participação de Tony Martin. Além dele tocou o lendário Cozy Powell, e o baixista foi Neil Murray no lugar de Geezer Butler (a formação é a mesma que gravou "Tyr" em 1990). O single, que teve boa rotação na MTV daqui, era “Get a Grip” (o vídeo era todo em desenho animado). E é lícito dizer que se trata da melhor música do disco, pois conta com mais um belo riff de Iommi (simples e com notas cromáticas), refrão adequado, e uma acelerada no final - espécie de outro (muda o riff para um ainda mais simples, com power chords) - o efeito ficou muito legal. A música é interessante, pois. Mas o disco comporta ainda outros bons momentos.
Sou dos caras que acham que Tony Martin canta bem, então “Can´t Get Close Enough” é uma baita composição. Começa com um dedilhado e voz que vão criando a tensão que se resolve num riff arrasa-quarteirão de Iommi. Sobre ele são cantados os versos, seguindo-se o refrão. A fórmula é conhecida e se repete mais uma vez com sucesso.
A faixa-título tem um dos melhores refrões do Sabbath, cantado sobre o riff principal. A guitarra está com afinação bem pesada e toda a estrutura da música é perfeita. Durante os versos Iommi toca uns riffs no estilo start-stop ou call-response, e não faço a idéia de como reproduzir isso na guitarra. Dia desses li a letra da música e fiquei com a impressão (posso bem estar enganado) de que é um desabafo de Martin a respeito dos que desgostam do seu trabalho no Sabbath.
Gosto de "I Won´t Cry for You", que tem estrutura parecida com "Can´t Get Close Enough" (por causa do início com dedilhado), mas admito que não tem tanto impacto pela ausência de um riff forte. Em todo o caso, o vocal de Martin é muito bom.
Lamentavelmante esse é o último disco de estúdio com músicas inéditas do Black Sabbath - há 13 anos, portanto. Pelo menos vivemos com a notícia de que Iommi, Butler, Dio e Appice pretendem lançar um disco novo em 2009.
Trata-se do último disco com participação de Tony Martin. Além dele tocou o lendário Cozy Powell, e o baixista foi Neil Murray no lugar de Geezer Butler (a formação é a mesma que gravou "Tyr" em 1990). O single, que teve boa rotação na MTV daqui, era “Get a Grip” (o vídeo era todo em desenho animado). E é lícito dizer que se trata da melhor música do disco, pois conta com mais um belo riff de Iommi (simples e com notas cromáticas), refrão adequado, e uma acelerada no final - espécie de outro (muda o riff para um ainda mais simples, com power chords) - o efeito ficou muito legal. A música é interessante, pois. Mas o disco comporta ainda outros bons momentos.
Sou dos caras que acham que Tony Martin canta bem, então “Can´t Get Close Enough” é uma baita composição. Começa com um dedilhado e voz que vão criando a tensão que se resolve num riff arrasa-quarteirão de Iommi. Sobre ele são cantados os versos, seguindo-se o refrão. A fórmula é conhecida e se repete mais uma vez com sucesso.
A faixa-título tem um dos melhores refrões do Sabbath, cantado sobre o riff principal. A guitarra está com afinação bem pesada e toda a estrutura da música é perfeita. Durante os versos Iommi toca uns riffs no estilo start-stop ou call-response, e não faço a idéia de como reproduzir isso na guitarra. Dia desses li a letra da música e fiquei com a impressão (posso bem estar enganado) de que é um desabafo de Martin a respeito dos que desgostam do seu trabalho no Sabbath.
Gosto de "I Won´t Cry for You", que tem estrutura parecida com "Can´t Get Close Enough" (por causa do início com dedilhado), mas admito que não tem tanto impacto pela ausência de um riff forte. Em todo o caso, o vocal de Martin é muito bom.
Lamentavelmante esse é o último disco de estúdio com músicas inéditas do Black Sabbath - há 13 anos, portanto. Pelo menos vivemos com a notícia de que Iommi, Butler, Dio e Appice pretendem lançar um disco novo em 2009.
quarta-feira, 24 de dezembro de 2008
DVD - Deep Purple "Heavy Metal Pioneers"
No inverno de 1995 já conhecia o Deep Purple, especialmente pelo “Made in Japan”, mas ainda tinha resistência para ouvir o material do Mark III com David Coverdale e Glenn Hughes. Nessa época foi importante para mudar esse pré-conceito assistir ao documentário “Heavy Metal Pioneers”, disponível em VHS na TV3. Trata-se de uma das melhores maneiras de conhecer a historia da banda, contada por parte dos seus integrantes – os principais depoimentos são de Jon Lord, Ian Paice e Roger Glover, com aparições breves de Ritchie “I don't like funky blues” Blackmore, Ian Gillan e Joe Lynn “I'm not Ian Gillan” Turner. O vídeo foi produzido na época do disco “Slaves and Masters” (um dos poucos da banda que ainda não tenho), de 1990, único registro do Mark V. Em pouco menos de uma hora ficamos sabendo a origem do nome da banda, como os integrantes da formação original se conheceram, o que desencadeou a formação do Mark II e a gravação de “Deep Purple in Rock”, a consagração definitiva com “Machine Head”, “Made in Japan” e a origem de “Smoke on the Water”, a desintegração do Mark II e a passagem para o Mark III, o memorável show no “California Jam” em 1974, a saída de Blackmore após a turnê de “Stormbringer”, o ingresso de Tommy Bolin e o Mark IV, o encerramento das atividades da banda em 1976 e o retorno em 1984 do Mark II. Não há explicações sobre o recrutamento de Turner, mas sabemos que o cara foi vocalista do Rainbow no inicio dos anos 1980, e e uma pena que ele não tenha tido sorte de encontrar o Purple em uma época inspirada. Particularmente foi bastante impressionante as imagens do “California Jam”, e nesse vídeo foi a primeira vez que ouvi o riff de “Burn”, que desde logo me soou familiar. A partir daí procurei ouvir o “Made in Europe” e foi como se descobrisse uma outra banda, ainda melhor. Com o youtube bombando, a aquisição de alguns DVDs acaba se tornando desnecessária, mas achei esse “Heavy Metal Pioneers” por menos de 10 pila nas Americanas, então me pareceu um bom acréscimo para a coleção.
terça-feira, 23 de dezembro de 2008
13.º Show da Burnin´ Boat: 12.08.2004 - Croco
Depois do show do Arsenal, o Nilton, o Cláudio e eu chegamos a ir na casa do Bruce, em junho/2004, para fazer umas gravações caseiras dos riffs e músicas novas. Pegamos emprestada a pedaleira Boss do Cláudio que permitia baixar a afinação sem precisar altera qualquer coisa na guitarra; ficamos empolgados com essa liberdade e com o peso proporcionado por afinações bem graves, e gravamos as coisas vários tons abaixo (6.ª corda em B).
Com a volta do Luciano (afastado por um ano para um período de aprendizagem nos Estados Unidos), acertamos que ele e o Gilberto seriam os vocalistas da Burnin´ Boat, tentando recriar o clima muito bom do show do Teatro de Câmara em 2002, e ainda imitar de certa forma o que o Deep Purple fez com David Coverdale e Glenn Hughes. Para mim foi a solução ideal ter os dois vocalistas, pois acho que a banda não poderia prescindir de nenhum. Só que por alguma razão o Luciano não curtiu a experiência no Arsenal e convocou uma reunião de todos para que deliberássemos, afinal, quem seria o vocalista da Burnin´ Boat. O encontro se deu no Cavanha´s da R. Lima e Silva, e a experiência foi muito proveitosa, pois apesar do assunto espinhoso, ficamos com a sensação de que aquele tipo de conversa em volta de uma mesa de bar era muito legal e fazia falta na nossa banda. Conquanto eu estivesse meio atordoado e confuso com a decisão a ser tomada, o Bruce e eu ponderamos que deveríamos nos valer de um critério objetivo, no caso, o do “tempo de serviço”. Independentemente das nossas opiniões pessoais (cada um tinha uma...), achei justo que a decisão se baseasse num critério desse tipo, pois não estava disposto a comprar briga com quem quer que fosse. O Luciano, ademais, no meio da conversa, lançou um argumento que achei significativo: no tempo em que ele ficou de fora, não progredimos nada, isto é, não fizemos shows, nem compusemos significativamente músicas novas, nem estabelecemos uma rotina regular de ensaios. Não lembro de terem o Nilton e o Cláudio se manifestado dando alguma preferência. Então, no final da conversa, que aparentemente transcorreu numa boa e sem ressentimentos, ficou deliberado que o Luciano estava de volta e seria o único vocalista da Burnin´ Boat.
Pouco tempo depois surgiu a chance de fazermos mais um show, desta vez na Croco, localizada na R. 24 de Outubro. Inicialmente, o Cláudio e o Nílton estariam indisponíveis para a data, de modo que repetiríamos a experiência do Teatro de Câmara, na qual eu fui o único guitarrista, e teríamos o Luis Carlos como baixista. Nessas condições, o set list teria que ser curto, mas as músicas seriam pesadas.
O show contou com divulgação interessante, mediante flyers e até uma inserção no caderno de variedades de um jornal local (sempre quis que aparecesse algo do tipo, pois costumava conferir ali quais as bandas tocariam em determinado dia). Assim, o público foi muito bom, talvez o melhor de todos os shows.
Com apenas um ensaio de antecedência, tivemos o ingresso do Cláudio, que eventualmente se tornou disponível. Ajustamos duas participações especiais: Vinícuis, nos teclados, para três músicas, e Cris, no vocal, para cantar um trecho de “As I Am” do Dream Theater, no meio de “Hidden”.
O show foi memorável e isso ficou expresso na resenha que fiz para o este blog:
“Seguramente, este foi o melhor show da história da BURNIN´ BOAT. Vivenciamos aquele tipo de noite em que TUDO deu certo; realmente, uma noite memorável.
A passagem de som estava marcada para as 18h; chegamos lá depois das 20h, e a bateria recém estava sendo ajeitada. Passamos o som primeiro, pois estávamos todos lá (com exceção do Luciano): a 1.ª banda da noite, Ultrasônica só chegou na hora do show, e a 3.ª banda, Coyote Junkie estava dispersa.
Na passagem, iniciamos tocando ACE´S HIGH. Eu utilizei o ampli Fender Princeton, com sua própria distorção - decisão acertadíssima - e o Cláudio usou o Behringer V-Amp 2 , que todas as revistas de guitarra nacionais consagram como o melhor simulador de amplificadores e efeitos do mercado. Conforme o próprio Cláudio, esse simulador não é tão bom assim, "nada supera um bom amplificador".
Efetuados ajustes, tocamos PERFECT STRANGERS, já com Vinícius nos teclados. Foi uma versão majestosa, todos perfeitamente afinados, e os presentes se entusiasmaram bastante. Seguimos, então, com AS I AM (duas vezes).
Os shows, propriamente, só começaram às 0h, e assim ficamos um tempão batendo papo. A Ultrasônica (que no flyer era definida como do estilo "hard pop") tinha bons músicos (destaque para o baixista e para a Ibanez Jem branca de um dos guitarristas). Abriram com LIKE A STONE, apresentaram composições próprias (que não foram do meu agrado - mas respeitei bastante o fato de que eles baixaram a afinação da sexta corda para D), e fizeram uns covers muito bons de Foo Fighters entre outros. Fecharam com KILLING IN THE NAME do Rage Agains the Machine, que ficou muito legal e empolgou a galera. Aliás, a presença do público, surpreendentemente, foi muito boa.
Enquanto nos arrumávamos para assumir o palco, tocou no som mecânico belas músicas: ROAD TO HELL, LONG LIVE ROCK´N´ROLL, entre outras.
Nosso set list foi inteiro apresentado corrido, com pequenas pausas entre as músicas. Foi uma estratégia espontânea e certeira - não demos descanso aos ouvidos de ninguém. A afinação em D ficou com peso e vigor na medida. O público reagiu bem a todas as nossas músicas, mas teve algumas que a empolgação foi geral.
ACE´S HIGH se confirmou como uma ótima escolha para abrir shows. Em seguida puxei NOISE GARDEN, cujo riff principal fica otimizado pela afinação. Rolou algum alvoroço do público, que balançou a cabeça no ritmo cadenciado da música. BLACK DRESSING SOUL ficou boa também. A essas alturas eu já não ouvia mais o baixo do Luís Carlos e a guitarra do Cláudio, mas tenho convicção de que mandaram muito bem. Sem ouvi-los, o jeito foi confiar no instinto e na bateria do Bruce e seguir adiante.
Fizemos uma ótima versão para HIDDEN. Dessa vez, eu senti aquele riff inicial melhor do que nunca. No meio da música, naquela parada, fizemos o trecho AS I AM do último do Dream Theater. Vinícius e Cris assumiram teclado e vocal, e a música ficou muito bem executada. Nesta a galera se empolgou também. A meu juízo, é o tipo de música que é mais legal de tocar do que de ouvir no cd.
Vinícius, então, fez a clássica introdução de PERFECT STRANGERS, e ali eu percebi que a sensação de tocar com o cara é o mais próximo do que se pode chegar à sensação de tocar com o próprio Jon Lord ou Don Airey. O Luís Carlos referiu que se arrepiou nessa introdução; e não é sem razão. Eu não me arrepiei, mas tremi-a-perninha nessa (e em todas as músicas do set list). A execução foi brilhante, e causou comoção na galera. E o teclado fez toda a diferença, pois nos ensaios, só com as guitarras, a música perde bastante o brilho.
Pausa para anunciar o show da banda do Vinícius - Hiléia - no dia 21/08. Não há dúvidas de que o cara é o MVP de qualquer show, de modo que a apresentação da Hiléia, com músicas próprias e covers de Dream Theater, é bastante aguardada. O Henrique, responsável pelas (belas) fotos do show, não perdeu tempo e gritou SPECTREMAN.
A galera pediu mais Deep Purple - teve quem gritou BURN. E seguimos exatamente com essa, que ficou uma bala. Mais uma vez o Vinícius tocou o solo do Blackmore; e o Cláudio, o do Jon Lord. Finalizamos com HUNTING HIGH AND LOW.
O cara da mesa de som já estava prestes a colocar o som mecânico, quando puxei SPECTREMAN. A música não tinha sido ensaiada com o Luís Carlos, por isso não estava prevista. Mas, realmente, não podia faltar. E tocamos assim mesmo. O Lukee tentou acompanhar - não deu muito certo - mas o importante mesmo era tocar. Risos por toda parte. Aí sim, acabamos a apresentação, e o cara da mesa botou MAN IN THE BOX no som mecânico - coincidentemente, é a música que eu venho palpitando para tocar nos shows.
A Coyote Junkie fez uma bela apresentação, só com covers de rock. Os caras estavam muito bem ensaiados, e tinham um guitarrista muito bom, com pentatônicas certeiras. O vocalista eu também curti, deu conta de alcançar o timbre de Brian Johnson e Axl Rose em músicas difíceis como BACK IN BLACK, WELCOME TO THE JUNGLE, entre outras. Rolou até JAILBREAK do AC/DC, que foi a música que me impulsionou para o hard rock/metal em 1993.
Os melhores comentários do show quem ouviu foi o Cláudio. Um dos guitarristas da 1.ª banda (Ultrasônica) achou que a nossa afinação era em B, porque segundo ele "eu toco em D, mas não fica assim tão pesado"; perguntou também se a Cris era da banda, referindo que ela tinha se apresentado bem. Eu, particularmente, fiquei bastante satisfeito com os comentários elogiosos sobre as composições próprias e ao peso das guitarras. De fato, foi uma noite memorável em que tudo deu certo.”
Resenhas dos ensaios até este show:
1) 07.08.2004 - Improvisando
2) 10.08.2004 - Cafezes
3) 12.08.2004 - Na hora a gente acerta
Com a volta do Luciano (afastado por um ano para um período de aprendizagem nos Estados Unidos), acertamos que ele e o Gilberto seriam os vocalistas da Burnin´ Boat, tentando recriar o clima muito bom do show do Teatro de Câmara em 2002, e ainda imitar de certa forma o que o Deep Purple fez com David Coverdale e Glenn Hughes. Para mim foi a solução ideal ter os dois vocalistas, pois acho que a banda não poderia prescindir de nenhum. Só que por alguma razão o Luciano não curtiu a experiência no Arsenal e convocou uma reunião de todos para que deliberássemos, afinal, quem seria o vocalista da Burnin´ Boat. O encontro se deu no Cavanha´s da R. Lima e Silva, e a experiência foi muito proveitosa, pois apesar do assunto espinhoso, ficamos com a sensação de que aquele tipo de conversa em volta de uma mesa de bar era muito legal e fazia falta na nossa banda. Conquanto eu estivesse meio atordoado e confuso com a decisão a ser tomada, o Bruce e eu ponderamos que deveríamos nos valer de um critério objetivo, no caso, o do “tempo de serviço”. Independentemente das nossas opiniões pessoais (cada um tinha uma...), achei justo que a decisão se baseasse num critério desse tipo, pois não estava disposto a comprar briga com quem quer que fosse. O Luciano, ademais, no meio da conversa, lançou um argumento que achei significativo: no tempo em que ele ficou de fora, não progredimos nada, isto é, não fizemos shows, nem compusemos significativamente músicas novas, nem estabelecemos uma rotina regular de ensaios. Não lembro de terem o Nilton e o Cláudio se manifestado dando alguma preferência. Então, no final da conversa, que aparentemente transcorreu numa boa e sem ressentimentos, ficou deliberado que o Luciano estava de volta e seria o único vocalista da Burnin´ Boat.
Pouco tempo depois surgiu a chance de fazermos mais um show, desta vez na Croco, localizada na R. 24 de Outubro. Inicialmente, o Cláudio e o Nílton estariam indisponíveis para a data, de modo que repetiríamos a experiência do Teatro de Câmara, na qual eu fui o único guitarrista, e teríamos o Luis Carlos como baixista. Nessas condições, o set list teria que ser curto, mas as músicas seriam pesadas.
O show contou com divulgação interessante, mediante flyers e até uma inserção no caderno de variedades de um jornal local (sempre quis que aparecesse algo do tipo, pois costumava conferir ali quais as bandas tocariam em determinado dia). Assim, o público foi muito bom, talvez o melhor de todos os shows.
Com apenas um ensaio de antecedência, tivemos o ingresso do Cláudio, que eventualmente se tornou disponível. Ajustamos duas participações especiais: Vinícuis, nos teclados, para três músicas, e Cris, no vocal, para cantar um trecho de “As I Am” do Dream Theater, no meio de “Hidden”.
O show foi memorável e isso ficou expresso na resenha que fiz para o este blog:
“Seguramente, este foi o melhor show da história da BURNIN´ BOAT. Vivenciamos aquele tipo de noite em que TUDO deu certo; realmente, uma noite memorável.
A passagem de som estava marcada para as 18h; chegamos lá depois das 20h, e a bateria recém estava sendo ajeitada. Passamos o som primeiro, pois estávamos todos lá (com exceção do Luciano): a 1.ª banda da noite, Ultrasônica só chegou na hora do show, e a 3.ª banda, Coyote Junkie estava dispersa.
Na passagem, iniciamos tocando ACE´S HIGH. Eu utilizei o ampli Fender Princeton, com sua própria distorção - decisão acertadíssima - e o Cláudio usou o Behringer V-Amp 2 , que todas as revistas de guitarra nacionais consagram como o melhor simulador de amplificadores e efeitos do mercado. Conforme o próprio Cláudio, esse simulador não é tão bom assim, "nada supera um bom amplificador".
Efetuados ajustes, tocamos PERFECT STRANGERS, já com Vinícius nos teclados. Foi uma versão majestosa, todos perfeitamente afinados, e os presentes se entusiasmaram bastante. Seguimos, então, com AS I AM (duas vezes).
Os shows, propriamente, só começaram às 0h, e assim ficamos um tempão batendo papo. A Ultrasônica (que no flyer era definida como do estilo "hard pop") tinha bons músicos (destaque para o baixista e para a Ibanez Jem branca de um dos guitarristas). Abriram com LIKE A STONE, apresentaram composições próprias (que não foram do meu agrado - mas respeitei bastante o fato de que eles baixaram a afinação da sexta corda para D), e fizeram uns covers muito bons de Foo Fighters entre outros. Fecharam com KILLING IN THE NAME do Rage Agains the Machine, que ficou muito legal e empolgou a galera. Aliás, a presença do público, surpreendentemente, foi muito boa.
Enquanto nos arrumávamos para assumir o palco, tocou no som mecânico belas músicas: ROAD TO HELL, LONG LIVE ROCK´N´ROLL, entre outras.
Nosso set list foi inteiro apresentado corrido, com pequenas pausas entre as músicas. Foi uma estratégia espontânea e certeira - não demos descanso aos ouvidos de ninguém. A afinação em D ficou com peso e vigor na medida. O público reagiu bem a todas as nossas músicas, mas teve algumas que a empolgação foi geral.
ACE´S HIGH se confirmou como uma ótima escolha para abrir shows. Em seguida puxei NOISE GARDEN, cujo riff principal fica otimizado pela afinação. Rolou algum alvoroço do público, que balançou a cabeça no ritmo cadenciado da música. BLACK DRESSING SOUL ficou boa também. A essas alturas eu já não ouvia mais o baixo do Luís Carlos e a guitarra do Cláudio, mas tenho convicção de que mandaram muito bem. Sem ouvi-los, o jeito foi confiar no instinto e na bateria do Bruce e seguir adiante.
Fizemos uma ótima versão para HIDDEN. Dessa vez, eu senti aquele riff inicial melhor do que nunca. No meio da música, naquela parada, fizemos o trecho AS I AM do último do Dream Theater. Vinícius e Cris assumiram teclado e vocal, e a música ficou muito bem executada. Nesta a galera se empolgou também. A meu juízo, é o tipo de música que é mais legal de tocar do que de ouvir no cd.
Vinícius, então, fez a clássica introdução de PERFECT STRANGERS, e ali eu percebi que a sensação de tocar com o cara é o mais próximo do que se pode chegar à sensação de tocar com o próprio Jon Lord ou Don Airey. O Luís Carlos referiu que se arrepiou nessa introdução; e não é sem razão. Eu não me arrepiei, mas tremi-a-perninha nessa (e em todas as músicas do set list). A execução foi brilhante, e causou comoção na galera. E o teclado fez toda a diferença, pois nos ensaios, só com as guitarras, a música perde bastante o brilho.
Pausa para anunciar o show da banda do Vinícius - Hiléia - no dia 21/08. Não há dúvidas de que o cara é o MVP de qualquer show, de modo que a apresentação da Hiléia, com músicas próprias e covers de Dream Theater, é bastante aguardada. O Henrique, responsável pelas (belas) fotos do show, não perdeu tempo e gritou SPECTREMAN.
A galera pediu mais Deep Purple - teve quem gritou BURN. E seguimos exatamente com essa, que ficou uma bala. Mais uma vez o Vinícius tocou o solo do Blackmore; e o Cláudio, o do Jon Lord. Finalizamos com HUNTING HIGH AND LOW.
O cara da mesa de som já estava prestes a colocar o som mecânico, quando puxei SPECTREMAN. A música não tinha sido ensaiada com o Luís Carlos, por isso não estava prevista. Mas, realmente, não podia faltar. E tocamos assim mesmo. O Lukee tentou acompanhar - não deu muito certo - mas o importante mesmo era tocar. Risos por toda parte. Aí sim, acabamos a apresentação, e o cara da mesa botou MAN IN THE BOX no som mecânico - coincidentemente, é a música que eu venho palpitando para tocar nos shows.
A Coyote Junkie fez uma bela apresentação, só com covers de rock. Os caras estavam muito bem ensaiados, e tinham um guitarrista muito bom, com pentatônicas certeiras. O vocalista eu também curti, deu conta de alcançar o timbre de Brian Johnson e Axl Rose em músicas difíceis como BACK IN BLACK, WELCOME TO THE JUNGLE, entre outras. Rolou até JAILBREAK do AC/DC, que foi a música que me impulsionou para o hard rock/metal em 1993.
Os melhores comentários do show quem ouviu foi o Cláudio. Um dos guitarristas da 1.ª banda (Ultrasônica) achou que a nossa afinação era em B, porque segundo ele "eu toco em D, mas não fica assim tão pesado"; perguntou também se a Cris era da banda, referindo que ela tinha se apresentado bem. Eu, particularmente, fiquei bastante satisfeito com os comentários elogiosos sobre as composições próprias e ao peso das guitarras. De fato, foi uma noite memorável em que tudo deu certo.”
Resenhas dos ensaios até este show:
1) 07.08.2004 - Improvisando
2) 10.08.2004 - Cafezes
3) 12.08.2004 - Na hora a gente acerta
sexta-feira, 19 de dezembro de 2008
Discos essenciais - Black Sabbath "Seventh Star" (1986)
Um bom recurso para os tempos de grana curta ou de cds caros demais (i.é, importados e bootlegs, que na época chamava de piratas) era o serviço oferecido pelas bocas do disco de gravar o disco em fita k7. Foi assim que ouvi "Seventh Star" pela primeira vez, em 1994 ou 1995, gravação pela Grammy & Classic Rock. Em 1995 ou 1996 achei o disco na extinta Megaforce e vi que ao lado de Tony Iommi estavam "os caras": Glenn Hughes e Eric Singer, respectivamente um dos meus vocalistas favoritos (enquanto parte do mark III do Deep Purple) e um dos meus bateristas favoritos (enquanto parte da formação que registrou "Revenge", "Alive III", "Carnival of Souls" e "MTV Unplugged" no Kiss). À época sabia pouco da biografia do Black Sabbath - independentemente disso, achei "Seventh Star" um excelente disco com músicas matadoras.
A sucessão de vocalistas no Sabbath é muito interessante de acompanhar; afinal, a formação clássica é com Ozzy Osbourne, mas a formação seguinte, com Ronnie James Dio é inegavelmente tão clássica quanto. Dio caiu fora para se dedicar a uma produtiva carreira solo, e então Ian Gillan, do mark II do Deep Purple, entrou para a gravação de "Born Again". Gillan não durou mais que esse disco e a turnê para se juntar ao Deep Purple em 1984. O Sabbath ainda teve oportunidade para fazer uma apresentação com sua formação original no lendário Live Aid de 1985; a idéia de Ozzy retornar não vingou e cada um foi para um lado. Iommi começou a se dedicar a um disco solo, para o qual chamaria vários vocalistas (cada um ficaria com uma faixa), sendo que existe um bootleg com versões de músicas para o disco "Seventh Star" com um vocalista que ninguém conhece, chamado Jeff Fenholt (o cara canta muito mal, sempre atingindo as mesmas notas e do mesmo jeito - o registro é sempre alto). Final das contas, Glenn Hughes cantou todas as faixas e a gravadora exigiu que o álbum fosse lançado como Black Sabbath (por isso na capa consta o bizarro "Black Sabbath featuring Tony Iommi"). Hughes enfrentava problemas com drogas e com excesso de peso, então os shows da turnê foram muito ruins (aparentemente houve ainda uma briga com um empresário, que também teria afetado seu desempenho). Ray Gillen foi chamado para completar a turnê, e a história seguiu ainda mais interessante a partir daí até a gravação de "The Eternal Idol".
Desde logo gostei bastante de "Seventh Star". Afinal, lá estão os riffs de Iommi ("In For the Kill", "Turn to Stone", "Danger Zone"), a condução segura de Eric Singer na batera (em todas as faixas), e a interpretação vocal de Glenn Hughes; seja lá qual for o estado em que o cara se encontrava na época, e mesmo considerando que o cara não se puxou muito nos agudos e nos registros mais altos (predomina um Hughes "low profile"), fato é que Hughes conseguiu tornar muitos versos bem marcantes como nas partes em que ele entoa (a) "Thundeeer... shattered the dawn" e "Innn for the killll" (em "In For the Kill"), (b) a letra toda de "No Stranger to Love", (c) "Burn your eyes... turn your heart ... into stoooooooooone" e "She put a spell on yooouu" (em "Turn to Stone"), (d) "It´s the caaall... of the Seeeveeenth Staaar" (em "Seventh Star"), (e) "Midnight... something don´t feel riiight" e toda vez que ele fala "Daaaaaaanger Zone" (em "Danger Zone"), e (f) "It´s stilll haaaaaaaaaaaaaaaaunting meeeeeee" (em "In Memory....").
Acima de tudo, um dos grandes acertos de "Seventh Star" é a ordem das faixas: começa com uma rápida ("In For the Kill"), segue a mais comercial e lenta ("No Stranger to Love"), outra rápida ("Turn to Stone"), a épica ("Seventh Star"), outra rocker ("Danger Zone"), um blues ("Heart Like a Wheel"), outra rocker ("Angry Heart"), e finaliza com uma bem sentimental ("In Memory...").
Além disso, particularmente, todas as faixas têm momentos marcantes. É um disco divertido de ouvir (um dos meus favoritos), com boa interpretação de Glenn Hughes, bons riffs de Tony Iommi, e Eric Singer mandando bem na batera.
A sucessão de vocalistas no Sabbath é muito interessante de acompanhar; afinal, a formação clássica é com Ozzy Osbourne, mas a formação seguinte, com Ronnie James Dio é inegavelmente tão clássica quanto. Dio caiu fora para se dedicar a uma produtiva carreira solo, e então Ian Gillan, do mark II do Deep Purple, entrou para a gravação de "Born Again". Gillan não durou mais que esse disco e a turnê para se juntar ao Deep Purple em 1984. O Sabbath ainda teve oportunidade para fazer uma apresentação com sua formação original no lendário Live Aid de 1985; a idéia de Ozzy retornar não vingou e cada um foi para um lado. Iommi começou a se dedicar a um disco solo, para o qual chamaria vários vocalistas (cada um ficaria com uma faixa), sendo que existe um bootleg com versões de músicas para o disco "Seventh Star" com um vocalista que ninguém conhece, chamado Jeff Fenholt (o cara canta muito mal, sempre atingindo as mesmas notas e do mesmo jeito - o registro é sempre alto). Final das contas, Glenn Hughes cantou todas as faixas e a gravadora exigiu que o álbum fosse lançado como Black Sabbath (por isso na capa consta o bizarro "Black Sabbath featuring Tony Iommi"). Hughes enfrentava problemas com drogas e com excesso de peso, então os shows da turnê foram muito ruins (aparentemente houve ainda uma briga com um empresário, que também teria afetado seu desempenho). Ray Gillen foi chamado para completar a turnê, e a história seguiu ainda mais interessante a partir daí até a gravação de "The Eternal Idol".
Desde logo gostei bastante de "Seventh Star". Afinal, lá estão os riffs de Iommi ("In For the Kill", "Turn to Stone", "Danger Zone"), a condução segura de Eric Singer na batera (em todas as faixas), e a interpretação vocal de Glenn Hughes; seja lá qual for o estado em que o cara se encontrava na época, e mesmo considerando que o cara não se puxou muito nos agudos e nos registros mais altos (predomina um Hughes "low profile"), fato é que Hughes conseguiu tornar muitos versos bem marcantes como nas partes em que ele entoa (a) "Thundeeer... shattered the dawn" e "Innn for the killll" (em "In For the Kill"), (b) a letra toda de "No Stranger to Love", (c) "Burn your eyes... turn your heart ... into stoooooooooone" e "She put a spell on yooouu" (em "Turn to Stone"), (d) "It´s the caaall... of the Seeeveeenth Staaar" (em "Seventh Star"), (e) "Midnight... something don´t feel riiight" e toda vez que ele fala "Daaaaaaanger Zone" (em "Danger Zone"), e (f) "It´s stilll haaaaaaaaaaaaaaaaunting meeeeeee" (em "In Memory....").
Acima de tudo, um dos grandes acertos de "Seventh Star" é a ordem das faixas: começa com uma rápida ("In For the Kill"), segue a mais comercial e lenta ("No Stranger to Love"), outra rápida ("Turn to Stone"), a épica ("Seventh Star"), outra rocker ("Danger Zone"), um blues ("Heart Like a Wheel"), outra rocker ("Angry Heart"), e finaliza com uma bem sentimental ("In Memory...").
Além disso, particularmente, todas as faixas têm momentos marcantes. É um disco divertido de ouvir (um dos meus favoritos), com boa interpretação de Glenn Hughes, bons riffs de Tony Iommi, e Eric Singer mandando bem na batera.
terça-feira, 16 de dezembro de 2008
Bootlegs - Kiss "Alive IV - Monsters of River Plate - Live at River Plate Stadium 3/9/94"
Esse é praticamente o mesmo show do "Alive V", só que gravado no Estádio Monumental de Nuñez e com uma música a menos ("Got to Choose"). O público argentino agita o tempo todo, mas não tanto quanto o da noite posterior, no Obras Sanitarias. Paul se comunica com o público com as mesmas frases do outro show. A qualidade de som difere muito pouco, acho que a do "Alive V" é ligeiramente superior. Lá por 1995 lembro que a Ipanema transmitiu boa parte desse disco num programa de 2.ª feira à noite, no qual eles passavam discos quase inteiros. Como curiosidade, há um erro em alguma das guitarras - acho que de Paul, vou conferir - durante "Detroit Rock City".
Em 1997, aproximadamente, descobri na extinta MadHouse um outro bootleg do Kiss com registro de show na capital argentina, alguns dias mais tarde, com repertório totalmente diferente - "Fuego en Buenos Aires". Acho que os caras já estavam liquidando parte do acervo, então consegui trazer para casa (mas não estou certo se o preço era uma barbada, ou se resolvi comprar de todo jeito - não tenho dúvidas, no entanto, de que é uma preciosidade).
Em 1997, aproximadamente, descobri na extinta MadHouse um outro bootleg do Kiss com registro de show na capital argentina, alguns dias mais tarde, com repertório totalmente diferente - "Fuego en Buenos Aires". Acho que os caras já estavam liquidando parte do acervo, então consegui trazer para casa (mas não estou certo se o preço era uma barbada, ou se resolvi comprar de todo jeito - não tenho dúvidas, no entanto, de que é uma preciosidade).
segunda-feira, 15 de dezembro de 2008
Discos essenciais - Kiss "Alive V Obras Revenge - Live at Obras Sanitarias 5/9/94"
Em agosto/setembro de 1994 o Kiss embarcou para a América do Sul para uma memorável turnê, pois os caras no áuge da forma com uma formação espetacular: além de Paul Stanley (cantando muito) e Gene Simmons (já não muito bom no vocal), havia o excepcional Eric Singer na batera e o sempre eficiente Bruce Kulick. O interesse pelo Kiss havia sido renovado após o lançamento de um ótimo disco de estúdio em 1992 ("Revenge") e de mais um "Alive" (o III), em 1993, sendo que o set list foi radicalmente alterado em comparação com o das outras turnês para privilegiar o material dos anos 70 em desfavor da produção dos anos 80 (numa tentativa de voltar aos bons tempos de "hottest band of the world"),
A banda foi a atração principal do Monsters of Rock daquele ano em São Paulo, que foi um evento que durou um sábado inteiro e reuniu um monte de bandas boas: as que lembro agora são Dr. Sin, Angra, Suicidal Tendencies, Black Sabbath (com Iommi, Butler, Ward e Tony Martin). A MTV exibiu flashes durante todo o dia, e transmitiu ao vivo o exato instante que o Kiss entrou no palco e a primeira música, a minha favorita de todas, "Creatures of the Night". Alguns meses depois eles passaram os melhores momentos de todos os shows, e pude acompanhar parte do set list e a performance dos caras; o som das guitarras não era tão bom quanto o do "Alive III", mas Eric Singer mandava muito na batera, e as músicas foram muito bem escolhidas. Por problemas de logística, a banda se apresentou com o palco da turnê anterior (do "Hot in the Shade"), com a esfinge atrás da bateria, e se efeitos pirotécnicos (quando muito, Gene cospe fogo ao final de "Firehouse" e Paul quebra uma guitarra barata ao final de "Heavens on Fire"). Inexplicavelmente não foi executada "Rock and Roll All Nite" - não tenho notícia e outro show que os caras tenham deixado de tocar a sua música mais famosa.
Em 1995, o Giulia e eu vimos na Stoned e na Boca do Disco dois bootlegs que nos deixaram eletrizados: "Alive IV" e "Alive V", correspondentes a dois shows gravados em Buenos Aires, no Estádio Monumental de Nuñez, em dois dias consecutivos. Na Stoned o preço era extorsivo, mas na Boca dava pra fazer, ou melhor, o Giulia tinha condições de adquirir o disco na época. O repertório dos dois discos duplos era praticamente o mesmo, com a diferença única de que o "Alive V" tinha uma música a mais ("Got to Choose"), então esse foi o critério para a escolha. O Giulia conseguiu gravar os discos em duas fitas C-60, e as ouvi todos os dias durante vários meses. Afinal, esse "Alive V" continha boa parte das minhas músicas favoritas do Kiss como "Creatures of the Night", "I Stole Your Love", "I Love it Loud", entre tantas outras.
Característico desse bootleg é o registro da platéia argentina durante o show do Kiss. Ficamos impressionados com a interação dos argentinos nas pausas entre as músicas, além do fato de que os caras cantaram todos os versos, os riffs e até alguns solos. Conhecemos aí os gritos das torcidas de futebol (consagrados na Bombonera e no Monumental de Nuñez), adaptados para homenagear o Kiss. E Paul ainda falava com o público em espanhol: "no hablo en español muy bien pero comprendo tus sentimientos y tus corazones. E mi corazón es suyo" (sic).
Com tudo isso não havia como querer mais de um disco ao vivo - não conheço registro mais preciso de como estar num Estádio durante um show.
Anos mais tarde, o Bruce adquiriu os dois "Alive" gravados em Buenos Aires no balaio da Stoned, e posteriormente veio a me confiar a guarda dessas preciosidades, em atenção ao fato de que ele não seria mais tão fã da banda quanto eu.
A banda foi a atração principal do Monsters of Rock daquele ano em São Paulo, que foi um evento que durou um sábado inteiro e reuniu um monte de bandas boas: as que lembro agora são Dr. Sin, Angra, Suicidal Tendencies, Black Sabbath (com Iommi, Butler, Ward e Tony Martin). A MTV exibiu flashes durante todo o dia, e transmitiu ao vivo o exato instante que o Kiss entrou no palco e a primeira música, a minha favorita de todas, "Creatures of the Night". Alguns meses depois eles passaram os melhores momentos de todos os shows, e pude acompanhar parte do set list e a performance dos caras; o som das guitarras não era tão bom quanto o do "Alive III", mas Eric Singer mandava muito na batera, e as músicas foram muito bem escolhidas. Por problemas de logística, a banda se apresentou com o palco da turnê anterior (do "Hot in the Shade"), com a esfinge atrás da bateria, e se efeitos pirotécnicos (quando muito, Gene cospe fogo ao final de "Firehouse" e Paul quebra uma guitarra barata ao final de "Heavens on Fire"). Inexplicavelmente não foi executada "Rock and Roll All Nite" - não tenho notícia e outro show que os caras tenham deixado de tocar a sua música mais famosa.
Em 1995, o Giulia e eu vimos na Stoned e na Boca do Disco dois bootlegs que nos deixaram eletrizados: "Alive IV" e "Alive V", correspondentes a dois shows gravados em Buenos Aires, no Estádio Monumental de Nuñez, em dois dias consecutivos. Na Stoned o preço era extorsivo, mas na Boca dava pra fazer, ou melhor, o Giulia tinha condições de adquirir o disco na época. O repertório dos dois discos duplos era praticamente o mesmo, com a diferença única de que o "Alive V" tinha uma música a mais ("Got to Choose"), então esse foi o critério para a escolha. O Giulia conseguiu gravar os discos em duas fitas C-60, e as ouvi todos os dias durante vários meses. Afinal, esse "Alive V" continha boa parte das minhas músicas favoritas do Kiss como "Creatures of the Night", "I Stole Your Love", "I Love it Loud", entre tantas outras.
Característico desse bootleg é o registro da platéia argentina durante o show do Kiss. Ficamos impressionados com a interação dos argentinos nas pausas entre as músicas, além do fato de que os caras cantaram todos os versos, os riffs e até alguns solos. Conhecemos aí os gritos das torcidas de futebol (consagrados na Bombonera e no Monumental de Nuñez), adaptados para homenagear o Kiss. E Paul ainda falava com o público em espanhol: "no hablo en español muy bien pero comprendo tus sentimientos y tus corazones. E mi corazón es suyo" (sic).
Com tudo isso não havia como querer mais de um disco ao vivo - não conheço registro mais preciso de como estar num Estádio durante um show.
Anos mais tarde, o Bruce adquiriu os dois "Alive" gravados em Buenos Aires no balaio da Stoned, e posteriormente veio a me confiar a guarda dessas preciosidades, em atenção ao fato de que ele não seria mais tão fã da banda quanto eu.
domingo, 14 de dezembro de 2008
O CD da Burnin´ Boat - "Ignitin´" (2001) - Parte II - as músicas
As músicas
BOATS ARE BURNIN’ – O riff dessa música surgiu numa tarde de sábado de 2000, na qual estava ouvindo o cd “Time of the Oath” com a guitarra plugada no amplificador. A 2.ª faixa desse disco é Steel Tormentor, e tem uma introdução rápida de bateria. Tão logo ouvi essa parte de bateria, no instante em que o Helloween iniciaria a música, eu toquei a primeira coisa que me veio à cabeça, e o fiz como se estivesse acompanhando os guitarristas do Helloween. Saiu então uma versão primitiva do que seria o riff de BAB. Pratiquei um pouco e dei contornos finais ao riff com um tipo de estrutura que prezo bastante: um riff de quatro compassos, sendo 1 = 3 e 2 =/ 4 no último tempo. Imediatamente fui ao computador reproduzir as notas no GuitarPro e mandei o arquivo para o Bruce. O resto da música foi composto em jams como Bruce. Não estava muito certo quanto ao que seria tocado nos versos; o Bruce sugeriu, então, que se mantivesse o ritmo na corda A (5.ª corda solta), e que ao final de cada tempo eu tocasse um acorde – elegi, então, o D na primeira vez, e o G na segunda. A parte lenta foi criada num daqueles momentos em que estamos realmente sintonizados na música, e a sucessão de acordes me remete a Black Sabbath (e.g., “Sympton of the Universe”). Foi numa jam memorável com Diego, da Hibria, e Jorge Gordo, que incrementamos essa parte do meio com uma 2.ª guitarra diferente da 1.ª – esta tocaria a seqüencia de acordes e a outra faria uma melodia diferente. Essa perspectiva foi proporcionada pelo Diego, que abriu a nossa cabeça para as possibilidades de interação entre duas guitarras. A parte do baixo, aqui, foi baseada em um improviso do Petry do Slap, um baixista da Famecos arranjado pelo Luciano, e que ficou tão legal que pedimos que o Nilton mantivesse. Com dois guitarristas, pudemos utilizar o riff principal para a base dos solos, que seriam no estilo Iron Maiden – um depois do outro, com 4 tempos para cada um. O meu solo foi todo ele planejado em casa, na véspera da gravação do cd, e até hoje fico bastante satisfeito com a sua composição e planejamento. Utilizei influências como Ace Frehley (no começo), Marty Friedman em “Hangar 18” do Megadeth, George Lynch em “Kiss of Death” do Dokken (na parte com a 1.ª corda solta). A letra também tem uma história à parte: foi toda ela composta pelo Bruce, mas com o título “Play my Game”, que julguei altamente não apropriado para o quão legal eu achava que a música era. Eu realmente achava que se tratava de uma baita música, e que merecia um título à altura, mais ou menos como são as músicas do Yngwie Malmsteen, que já começam legais pelo título (“Rising Force”, “Vengeance”). Assim, sugeri que o título fosse “Boats are Burning”, fazendo referência ao nome da banda, e influenciado por “Now Your Ships are Burned” do guitarrista sueco. Bruce respondeu que não haveria rima; e foi daí que sugeri que a última fase do refrão fosse “Now that you see me comin´; you know your boats are burning”. Após a gravação do cd, o Bruce sugeriu que “Black Dressing Soul” fosse a primeira música, mas na minha cabeça a primeira música do cd só podia ser BAB, pois os melhores discos de hard rock-heavy metal começam com uma música rápida e forte: Burn, Love Gun, Creatures of the Night, todos os discos do Iron Maiden (exceto The X Factor). Acho que foi uma decisão acertada, pois permite a quem nunca ouviu a BB saber que se trata de uma banda centrada em guitarras vigorosas, no melhor estilo hard rock anos 80. As pessoas geralmente tem uma reação positiva a essa música, mas acho que o Cláudio e o Nilton não eram grandes fãs dela, de modo que foi retirada do repertório dos shows.
BLACK DRESSING SOUL – Essa música foi praticamente toda ela composta em jams com o Bruce. Para nós ela desde o início demonstrou claramente uma influência do Metallica na época Load. O riff principal utiliza as mesmas notas de “Ain´t my Bitch” e “King Nothing”. A parte original dos versos jamais me deixou satisfeito, de modo que sugeri que apenas o Nilton acompanhasse os vocais, com as guitarras voltando no pre-chorus (a versão que ultimamente vínhamos tocando incorporava as guitarras nos versos, com a 6.ª corda bem abafada, e afinação toda um tom abaixo). Claudio fez uns ad-libs nesses versos que ficaram bem legais na versão do cd. Especialmente no começo da banda, eu achei que as músicas deveriam ter várias partes, tendo em vista a influência Megadeth nesse ponto. Na época de BDS, lá pelo meio de 2000, eu já achava que as composições podiam ser mais simples, mas, ainda assim, entendi que deveria ter uma parte lenta nessa música, com um dedilhado, que surgiu espontaneamente e logo vi que podia ser utilizado em BDS. Essa parte me trouxe complicações nas apresentações ao vivo, pois às vezes não conseguia sincronizar o movimento de posicionar o dedilhado na guitarra com o de pisar no pedal de distorção (a pedaleira Digitech foi adquirindo um mal-contato que me forçava a pisar com força para desligar ou acionar a distorção). A música foi composta quando já tínhamos iniciado a primeira sessão de gravações do cd, de modo que provavelmente eu gravei ela com a minha guitarra nova na época (assim como Heartbreakin´). O solo dessa música ficou ao encargo do Cláudio que o fez de maneira magnífica no cd. A letra foi incumbência exclusiva do Bruce, e aparentemente é sobre a Raquel. BDS foi excluída do repertório dos shows por algum tempo, mas nos últimos ensaios, há algum tempo, vínhamos recuperando o gosto na execução dessa música.
SAY WHAT YOU WILL (Fastway) – Bruce e eu sempre cultivamos o gosto pela descoberta de bandas novas e pesquisa de bandas consagradas ou obscuras. A internet proporcionou contato com músicas de abertura de seriados de TV, somo Super Máquina (Knight Rider), mas por alguma razão resolvemos que seria legal ensaiar o tema da Armação Ilimitada (Juba & Lula). No cd, essa é a que teve o melhor registro das guitarras (provavelmente gravei as duas guitarras com a guitarra Cobra).
COLD WIND – O dedilhado que inicia e toma conta da música foi composta bem no início da banda, e se baseia em algumas notas de dedilhados do Iced Earth (na verdade, eu olhei para umas tablaturas e comecei a improvisar em cima das notas que estavam ali, e rapidamente fiquei satisfeito com esse dedilhado). Os acordes do refrão saíram naturalmente e a parte em A foi criada numa jam como Bruce. Tínhamos várias letras sem música, e achei que a letra de COLD WIND escrita pela Raquel poderia encaixar com essa música e deu certo. O solo inicial eu compus e registrei numas gravações caseiras toscas, mas achei que ficaria melhor para o Cláudio interpretá-lo; entretanto, pelo fato de ensaiarmos muito pouco essa música, a participação dele e - também do Luciano - ficou prejudicada (o solo, para o meu gosto, não tem um bom feeling, e os bends parecem fora de lugar). Essa falta de contato prévio e íntimo com a música impediu que sentíssemos o seu “espírito” e a gravação refletiu isso (a música tinha um encerramento que eu jamais consegui lembrar da sua execução, e assim no cd a música termina em “fade out”). Seja como for, foi legal colocar essa música lenta como a 4.ª na ordem do cd e serviu para mostrar a variação do repertório.
OVER THE MOON – Essa eu considerei por muito tempo como a melhor da banda. O riff foi composto numa madrugada insone de 1998, quando estava ouvindo o primeiro disco do Primal Fear (banda do Ralf Scheepers). Levantei da cama e peguei o violão e utilizei as notas F-G-Bb-C para compor esse riff que considerei, também, com um bom estilo Black Sabbath. Na mesma hora me vieram os acordes F-G-F-Bb-G que achei bem imponentes (a cadência acaba lembrando os acordes do refrão de Hidden). É uma das primeiras composições da banda. O Bruce escreveu uma letra com o título inverso de uma das minhas músicas favoritas do Black Sabbath – Under the Sun. Num ensaio Bruce-eu-e-Luciano, o vocalista encaixou perfeitamente a letra e a música estava encaminhada. Inseri um riff legal com a 6.ª corda solta, depois do refrão, e antes dos solos, o que me pareceu correto (dentro da idéia de colocar vários riffs e partes numa mesma música – aquele riff legal só aparece naquele específico momento, tocado 4 vezes; lembro que o Daniel Ace, numa jam, quando essa música sequer tinha letra, comentou que não entendia como eu tinha “modulado” a música daquele jeito, e tomei o comentário como um belo elogio, sem sequer saber o que significava “modular” a música – para mim parecia o jeito certo de tocar e soava bem).
ATTITUDE ADJUSTMENT – Trata-se de uma composição criada toda ela numa jam com o Bruce, em meados de 2000. Simplesmente toquei aleatoriamente uns acordes (E, G, A, G, E), mais ou menos como Eddie Van Halen em Eruption, e o Bruce emendou uma batida rápida na batera. Instantaneamente toquei esse riff tipo Stratovarius e fomos tocando até o final. Gosto de Stratovarius, Helloween e Van Halen, e então essa música era o meu tipo de música; mas jamais acharia que o Bruce gostaria de uma composição dessas. Para minha surpresa, o cara curtiu e deu a ela um nome que ele achava legal – e que aparentemente vem a ser o nome de uma faixa do Aerosmith. Antes que eu pensasse em colocar uma letra nela, o Bruce ponderou que poderíamos deixá-la como estava, sem vocais. O fato é que incluímos no repertório dos shows e por alguma razão entendemos oportuna a inclusão dela no Ignitin´, e a gravação deveria reproduzir tanto quanto possível aquela primeira versão tocada espontaneamente numa jam. É uma faixa rápida, divertida e descomplicada, mas nem um pouco memorável. Curiosamente teve um cara que resenhou o cd e publicou na internet num desses sites de rock; a única música que ele se abriu foi essa, justamente a que menos nos representava musicalmente (esse foi um dos poucos retornos negativos que tivemos de Ignitin´; o cara não poupou palavras para criticar a ausência de sentido em gravar tantas músicas num cd demo em detrimento da qualidade da gravação. Realmente, o crítico tinha toda a razão; mas nós pessoalmente queríamos gravar um cd que fosse mais que uma demo de 2 ou 3 músicas – queríamos gravar um cd que se parecesse o máximo possível com um cd gravado por uma banda).
HEARTBREAKIN´ - Numa noite de sábado ou domingo qualquer estava tocando guitarra e gravando alguns riffs no computador até que surgiu esse riff incrível, com características de Van Halen e Impellitteri. Foi um momento incrível no qual o riff saiu inteiro de uma vez só, começando em A, avançando para G e voltando para F (as notas saíram exatamente do jeito que eu imaginei na minha cabeça e fiquei admirado como não precisei de nenhum contorcionismo para tocá-las – era só aplicar as notas do acorde de F maior), e finalizando com uma seqüência de notas que retornaria para A (E-F-G-A-C-D). Os versos são inspirados em Impellitteri na música Stand in Line. Algum tempo depois, numa tarde de sábado em que estava me preparando para o ensaio semanal da época me veio a parte com as pausas do meio da música até a entrada do solo: imediatamente pulei da cama e gravei tudo de cabeça no Guitar Pro no computador. No ensaio daquele dia finalizamos a música. Depois o Bruce fez a letra.
HIDDEN – Trata-se de uma música especial, pois foi a primeira música de nossa autoria com começo-meio-e-fim. O riff principal eu criei em 1998 quando estava apenas lendo umas tablaturas de músicas de banda de trash e black metal tipo Slayer e outras (foi um exercício exclusivamente visual, só para ver as notas que os caras costumavam usar nos riffs, dado que jamais tinha ouvido quaisquer das músicas). Assim, brincando com as notas é que compus o riff principal. O riff dos versos, na versão do cd, foi composto a partir de uma idéia do meu colega de faculdade na época, o Tiago; em essência, peguei aquele riff dele e dei uma incrementada (mudei a nota G# para G e acrescentei a última virada – é similar com o que o Lars fez com o riff de Enter Sandman do Kirk). Na época eu achava que as boas músicas deveriam ter vários riffs e partes, como preconizava Dave Mustaine. Depois de criar os acordes para o refrão, achei conveniente colocar uma parte com guitarra limpa. Inicialmente, o último verso da letra composta pela Raquel era cantada nessa parte (e desse jeito a música foi apresentada no 1.º show da Burnin´ Boat, em 1999, no CECAF). Mais tarde, com o Cláudio, optamos por deixar ali o seu solo de guitarra, e o último verso seria cantado sobre a base do meu solo. Lembro que quando a banda ainda tinha Felipe Stanley e o Pedro eu tinha criado um riff bem rápido para a parte que se seguiria à lenta, mas rapidamente a idéia foi descartada, pois o Pedro jamais conseguiria tocar aquilo no baixo. Assim, na mesma hora em que minha idéia foi repudiada, imediatamente sugeri “então, vamos tocar esses acordes, assim” e toquei A-F-D-E, o que funcionou legal inclusive para a volta, ao final do solo, para o riff inicial. Para o riff, a idéia inicial era seguir uma idéia que Marty Friedman explicou em relação ao solo de Symphony of Destruction: começar com poucas notas, bem devagar, para depois ir com tudo. Assim, as primeiras tentativas foram nesse estilo. Depois, evolui para um início com a pentatônica de Am, com uns bends e tal, passando para a pentatônica de E, com mais bends. Na gravação surgiu uma melodia legal. Com todas essas partes, pode-se dizer que é um mini-épico da Burnin´ Boat com pouco mais de 4min, mas com bastante pretensão e intuição.
SWEET THING – No começo da banda, eu tinha um gosto por bandas de heavy melódico, mas o Bruce tinha preferência por rock mais tranqüilo tipo Fleetwood Mac e Black Crowes (o cara não podia nem ouvir falar em Dream Theater: “é uma banda que faz bons covers, mas as músicas próprias são chatas”). Assim, eu tinha que me policiar para não fazer com que a banda não se tornasse totalmente metal, o que desagradaria imensamente o baterista. Assim, numa tarde qualquer, deixei tocando o cd Made in Germany do Axel Rudi Pell e durante a música Nasty Reputation eu toquei junto com a guitarra, mas o riff que eu tocava era diferente da que tocava no cd; apenas aproveitei o ritmo da bateria e compus o riff mais rocker do cd. Com uma lista de letras do Bruce disponível (acho que essa era sobre a Carol), eu resolvi encaixar o riff na letra de Sweet Thing, e o refrão com aqueles acordes E-E-A-B saiu imediatamente. Mais tarde encaixei aquele riff que utiliza a pentatônica de A para dar uma mudança antes do solo.
NOISE GARDEN – Essa música foi composta inteira num ensaio Bruce-e-eu, bateria e guitarra, em meados de 2000. A guitarra afinada com a 6.ª corda em D desde sempre proporcionou uma facilidade incrível para criar riffs legais, e após aquele ensaio levamos as fitas para casa, gravamos os mp3, e escrevi os riffs no Guitar Pro. A partir daí apenas estipulei a ordem dos riffs e a música estava pronta. Achamos que tinha um estilo Soundgarden, daí o nome de trabalho “Noise Garden”, tipo gozação. Resolvi, então, escrever uma letra de gozação sobre a temática grunge e suas letras depressivas-deprimentes. Mandei alguns versos e o refrão pro Bruce e ele escreveu o resto. A gravação das bases dessa música foi muito legal; pluguei a guitarra Squier Stratocaster do Bruce no amplificador (acho que Fender) do estúdio e consegui um timbre distorcido muito legal. Seco e poderoso. Enquanto tocava eu percebia que o som estava muito legal. Realmente senti muito gosto de tocar aquele riff daquele jeito. Por alguma razão eu resolvi fazer o solo dessa música e durante muito tempo me julguei capaz de fazê-lo. Até hoje acho sensacional e me surpreendo com o início com bends e depois aquele lick com a ponte que remete a Joe Satriani (no final da música Surfing With the Alien). O resto do solo também me parece bastante satisfatório. Nos últimos tempos eu optei por me concentrar nas funções de guitarra base e deleguei ao Cláudio a tarefa de executar o solo de Noise Garden, e o legal é que ele preservou esse lick Satch. É a única música com afinação diferente no disco, e por essa razão com maior peso, de modo que deixamos por último. Na época, não achava que fosse uma grande composição – sequer era tocada nos primeiros shows e demorou para ser ensaiada com a banda inteira - , mas aos poucos fomos inserindo no set list e hoje a considero um clássico da banda, e o início de uma tendência de compor com essa afinação (dropped-D).
SPECTREMAN – Achamos na internet o mp3 com a música de abertura do memorável seriado japonês Spectreman. O Guilherme Deathroner tirou a parte do baixo, o que acabou me motivando para tirar a parte do violão. A partir daí se tornou um hino da banda a ser tocado em todos os ensaios e shows. Resolvemos colocar como faixa-escondida do cd. Eu gravei as bases com a guitarra Squier Stratocaster do Bruce. Na hora do solo (que eu geralmente fazia) optou-se por delegar a tarefa de gravar a base ao Cláudio, pois ele tinha maior aptidão para fazer alguns barulhos diferentes e truques legais com a guitarra; mas ele acabou se limitando a fazer os acordes com um único toque, finalizando apenas com um harmônico artificial. Nada muito inventivo – eu poderia ter feito tudo aquilo. Mas só assim para ter os dois guitarristas gravando essa faixa.
BOATS ARE BURNIN’ – O riff dessa música surgiu numa tarde de sábado de 2000, na qual estava ouvindo o cd “Time of the Oath” com a guitarra plugada no amplificador. A 2.ª faixa desse disco é Steel Tormentor, e tem uma introdução rápida de bateria. Tão logo ouvi essa parte de bateria, no instante em que o Helloween iniciaria a música, eu toquei a primeira coisa que me veio à cabeça, e o fiz como se estivesse acompanhando os guitarristas do Helloween. Saiu então uma versão primitiva do que seria o riff de BAB. Pratiquei um pouco e dei contornos finais ao riff com um tipo de estrutura que prezo bastante: um riff de quatro compassos, sendo 1 = 3 e 2 =/ 4 no último tempo. Imediatamente fui ao computador reproduzir as notas no GuitarPro e mandei o arquivo para o Bruce. O resto da música foi composto em jams como Bruce. Não estava muito certo quanto ao que seria tocado nos versos; o Bruce sugeriu, então, que se mantivesse o ritmo na corda A (5.ª corda solta), e que ao final de cada tempo eu tocasse um acorde – elegi, então, o D na primeira vez, e o G na segunda. A parte lenta foi criada num daqueles momentos em que estamos realmente sintonizados na música, e a sucessão de acordes me remete a Black Sabbath (e.g., “Sympton of the Universe”). Foi numa jam memorável com Diego, da Hibria, e Jorge Gordo, que incrementamos essa parte do meio com uma 2.ª guitarra diferente da 1.ª – esta tocaria a seqüencia de acordes e a outra faria uma melodia diferente. Essa perspectiva foi proporcionada pelo Diego, que abriu a nossa cabeça para as possibilidades de interação entre duas guitarras. A parte do baixo, aqui, foi baseada em um improviso do Petry do Slap, um baixista da Famecos arranjado pelo Luciano, e que ficou tão legal que pedimos que o Nilton mantivesse. Com dois guitarristas, pudemos utilizar o riff principal para a base dos solos, que seriam no estilo Iron Maiden – um depois do outro, com 4 tempos para cada um. O meu solo foi todo ele planejado em casa, na véspera da gravação do cd, e até hoje fico bastante satisfeito com a sua composição e planejamento. Utilizei influências como Ace Frehley (no começo), Marty Friedman em “Hangar 18” do Megadeth, George Lynch em “Kiss of Death” do Dokken (na parte com a 1.ª corda solta). A letra também tem uma história à parte: foi toda ela composta pelo Bruce, mas com o título “Play my Game”, que julguei altamente não apropriado para o quão legal eu achava que a música era. Eu realmente achava que se tratava de uma baita música, e que merecia um título à altura, mais ou menos como são as músicas do Yngwie Malmsteen, que já começam legais pelo título (“Rising Force”, “Vengeance”). Assim, sugeri que o título fosse “Boats are Burning”, fazendo referência ao nome da banda, e influenciado por “Now Your Ships are Burned” do guitarrista sueco. Bruce respondeu que não haveria rima; e foi daí que sugeri que a última fase do refrão fosse “Now that you see me comin´; you know your boats are burning”. Após a gravação do cd, o Bruce sugeriu que “Black Dressing Soul” fosse a primeira música, mas na minha cabeça a primeira música do cd só podia ser BAB, pois os melhores discos de hard rock-heavy metal começam com uma música rápida e forte: Burn, Love Gun, Creatures of the Night, todos os discos do Iron Maiden (exceto The X Factor). Acho que foi uma decisão acertada, pois permite a quem nunca ouviu a BB saber que se trata de uma banda centrada em guitarras vigorosas, no melhor estilo hard rock anos 80. As pessoas geralmente tem uma reação positiva a essa música, mas acho que o Cláudio e o Nilton não eram grandes fãs dela, de modo que foi retirada do repertório dos shows.
BLACK DRESSING SOUL – Essa música foi praticamente toda ela composta em jams com o Bruce. Para nós ela desde o início demonstrou claramente uma influência do Metallica na época Load. O riff principal utiliza as mesmas notas de “Ain´t my Bitch” e “King Nothing”. A parte original dos versos jamais me deixou satisfeito, de modo que sugeri que apenas o Nilton acompanhasse os vocais, com as guitarras voltando no pre-chorus (a versão que ultimamente vínhamos tocando incorporava as guitarras nos versos, com a 6.ª corda bem abafada, e afinação toda um tom abaixo). Claudio fez uns ad-libs nesses versos que ficaram bem legais na versão do cd. Especialmente no começo da banda, eu achei que as músicas deveriam ter várias partes, tendo em vista a influência Megadeth nesse ponto. Na época de BDS, lá pelo meio de 2000, eu já achava que as composições podiam ser mais simples, mas, ainda assim, entendi que deveria ter uma parte lenta nessa música, com um dedilhado, que surgiu espontaneamente e logo vi que podia ser utilizado em BDS. Essa parte me trouxe complicações nas apresentações ao vivo, pois às vezes não conseguia sincronizar o movimento de posicionar o dedilhado na guitarra com o de pisar no pedal de distorção (a pedaleira Digitech foi adquirindo um mal-contato que me forçava a pisar com força para desligar ou acionar a distorção). A música foi composta quando já tínhamos iniciado a primeira sessão de gravações do cd, de modo que provavelmente eu gravei ela com a minha guitarra nova na época (assim como Heartbreakin´). O solo dessa música ficou ao encargo do Cláudio que o fez de maneira magnífica no cd. A letra foi incumbência exclusiva do Bruce, e aparentemente é sobre a Raquel. BDS foi excluída do repertório dos shows por algum tempo, mas nos últimos ensaios, há algum tempo, vínhamos recuperando o gosto na execução dessa música.
SAY WHAT YOU WILL (Fastway) – Bruce e eu sempre cultivamos o gosto pela descoberta de bandas novas e pesquisa de bandas consagradas ou obscuras. A internet proporcionou contato com músicas de abertura de seriados de TV, somo Super Máquina (Knight Rider), mas por alguma razão resolvemos que seria legal ensaiar o tema da Armação Ilimitada (Juba & Lula). No cd, essa é a que teve o melhor registro das guitarras (provavelmente gravei as duas guitarras com a guitarra Cobra).
COLD WIND – O dedilhado que inicia e toma conta da música foi composta bem no início da banda, e se baseia em algumas notas de dedilhados do Iced Earth (na verdade, eu olhei para umas tablaturas e comecei a improvisar em cima das notas que estavam ali, e rapidamente fiquei satisfeito com esse dedilhado). Os acordes do refrão saíram naturalmente e a parte em A foi criada numa jam como Bruce. Tínhamos várias letras sem música, e achei que a letra de COLD WIND escrita pela Raquel poderia encaixar com essa música e deu certo. O solo inicial eu compus e registrei numas gravações caseiras toscas, mas achei que ficaria melhor para o Cláudio interpretá-lo; entretanto, pelo fato de ensaiarmos muito pouco essa música, a participação dele e - também do Luciano - ficou prejudicada (o solo, para o meu gosto, não tem um bom feeling, e os bends parecem fora de lugar). Essa falta de contato prévio e íntimo com a música impediu que sentíssemos o seu “espírito” e a gravação refletiu isso (a música tinha um encerramento que eu jamais consegui lembrar da sua execução, e assim no cd a música termina em “fade out”). Seja como for, foi legal colocar essa música lenta como a 4.ª na ordem do cd e serviu para mostrar a variação do repertório.
OVER THE MOON – Essa eu considerei por muito tempo como a melhor da banda. O riff foi composto numa madrugada insone de 1998, quando estava ouvindo o primeiro disco do Primal Fear (banda do Ralf Scheepers). Levantei da cama e peguei o violão e utilizei as notas F-G-Bb-C para compor esse riff que considerei, também, com um bom estilo Black Sabbath. Na mesma hora me vieram os acordes F-G-F-Bb-G que achei bem imponentes (a cadência acaba lembrando os acordes do refrão de Hidden). É uma das primeiras composições da banda. O Bruce escreveu uma letra com o título inverso de uma das minhas músicas favoritas do Black Sabbath – Under the Sun. Num ensaio Bruce-eu-e-Luciano, o vocalista encaixou perfeitamente a letra e a música estava encaminhada. Inseri um riff legal com a 6.ª corda solta, depois do refrão, e antes dos solos, o que me pareceu correto (dentro da idéia de colocar vários riffs e partes numa mesma música – aquele riff legal só aparece naquele específico momento, tocado 4 vezes; lembro que o Daniel Ace, numa jam, quando essa música sequer tinha letra, comentou que não entendia como eu tinha “modulado” a música daquele jeito, e tomei o comentário como um belo elogio, sem sequer saber o que significava “modular” a música – para mim parecia o jeito certo de tocar e soava bem).
ATTITUDE ADJUSTMENT – Trata-se de uma composição criada toda ela numa jam com o Bruce, em meados de 2000. Simplesmente toquei aleatoriamente uns acordes (E, G, A, G, E), mais ou menos como Eddie Van Halen em Eruption, e o Bruce emendou uma batida rápida na batera. Instantaneamente toquei esse riff tipo Stratovarius e fomos tocando até o final. Gosto de Stratovarius, Helloween e Van Halen, e então essa música era o meu tipo de música; mas jamais acharia que o Bruce gostaria de uma composição dessas. Para minha surpresa, o cara curtiu e deu a ela um nome que ele achava legal – e que aparentemente vem a ser o nome de uma faixa do Aerosmith. Antes que eu pensasse em colocar uma letra nela, o Bruce ponderou que poderíamos deixá-la como estava, sem vocais. O fato é que incluímos no repertório dos shows e por alguma razão entendemos oportuna a inclusão dela no Ignitin´, e a gravação deveria reproduzir tanto quanto possível aquela primeira versão tocada espontaneamente numa jam. É uma faixa rápida, divertida e descomplicada, mas nem um pouco memorável. Curiosamente teve um cara que resenhou o cd e publicou na internet num desses sites de rock; a única música que ele se abriu foi essa, justamente a que menos nos representava musicalmente (esse foi um dos poucos retornos negativos que tivemos de Ignitin´; o cara não poupou palavras para criticar a ausência de sentido em gravar tantas músicas num cd demo em detrimento da qualidade da gravação. Realmente, o crítico tinha toda a razão; mas nós pessoalmente queríamos gravar um cd que fosse mais que uma demo de 2 ou 3 músicas – queríamos gravar um cd que se parecesse o máximo possível com um cd gravado por uma banda).
HEARTBREAKIN´ - Numa noite de sábado ou domingo qualquer estava tocando guitarra e gravando alguns riffs no computador até que surgiu esse riff incrível, com características de Van Halen e Impellitteri. Foi um momento incrível no qual o riff saiu inteiro de uma vez só, começando em A, avançando para G e voltando para F (as notas saíram exatamente do jeito que eu imaginei na minha cabeça e fiquei admirado como não precisei de nenhum contorcionismo para tocá-las – era só aplicar as notas do acorde de F maior), e finalizando com uma seqüência de notas que retornaria para A (E-F-G-A-C-D). Os versos são inspirados em Impellitteri na música Stand in Line. Algum tempo depois, numa tarde de sábado em que estava me preparando para o ensaio semanal da época me veio a parte com as pausas do meio da música até a entrada do solo: imediatamente pulei da cama e gravei tudo de cabeça no Guitar Pro no computador. No ensaio daquele dia finalizamos a música. Depois o Bruce fez a letra.
HIDDEN – Trata-se de uma música especial, pois foi a primeira música de nossa autoria com começo-meio-e-fim. O riff principal eu criei em 1998 quando estava apenas lendo umas tablaturas de músicas de banda de trash e black metal tipo Slayer e outras (foi um exercício exclusivamente visual, só para ver as notas que os caras costumavam usar nos riffs, dado que jamais tinha ouvido quaisquer das músicas). Assim, brincando com as notas é que compus o riff principal. O riff dos versos, na versão do cd, foi composto a partir de uma idéia do meu colega de faculdade na época, o Tiago; em essência, peguei aquele riff dele e dei uma incrementada (mudei a nota G# para G e acrescentei a última virada – é similar com o que o Lars fez com o riff de Enter Sandman do Kirk). Na época eu achava que as boas músicas deveriam ter vários riffs e partes, como preconizava Dave Mustaine. Depois de criar os acordes para o refrão, achei conveniente colocar uma parte com guitarra limpa. Inicialmente, o último verso da letra composta pela Raquel era cantada nessa parte (e desse jeito a música foi apresentada no 1.º show da Burnin´ Boat, em 1999, no CECAF). Mais tarde, com o Cláudio, optamos por deixar ali o seu solo de guitarra, e o último verso seria cantado sobre a base do meu solo. Lembro que quando a banda ainda tinha Felipe Stanley e o Pedro eu tinha criado um riff bem rápido para a parte que se seguiria à lenta, mas rapidamente a idéia foi descartada, pois o Pedro jamais conseguiria tocar aquilo no baixo. Assim, na mesma hora em que minha idéia foi repudiada, imediatamente sugeri “então, vamos tocar esses acordes, assim” e toquei A-F-D-E, o que funcionou legal inclusive para a volta, ao final do solo, para o riff inicial. Para o riff, a idéia inicial era seguir uma idéia que Marty Friedman explicou em relação ao solo de Symphony of Destruction: começar com poucas notas, bem devagar, para depois ir com tudo. Assim, as primeiras tentativas foram nesse estilo. Depois, evolui para um início com a pentatônica de Am, com uns bends e tal, passando para a pentatônica de E, com mais bends. Na gravação surgiu uma melodia legal. Com todas essas partes, pode-se dizer que é um mini-épico da Burnin´ Boat com pouco mais de 4min, mas com bastante pretensão e intuição.
SWEET THING – No começo da banda, eu tinha um gosto por bandas de heavy melódico, mas o Bruce tinha preferência por rock mais tranqüilo tipo Fleetwood Mac e Black Crowes (o cara não podia nem ouvir falar em Dream Theater: “é uma banda que faz bons covers, mas as músicas próprias são chatas”). Assim, eu tinha que me policiar para não fazer com que a banda não se tornasse totalmente metal, o que desagradaria imensamente o baterista. Assim, numa tarde qualquer, deixei tocando o cd Made in Germany do Axel Rudi Pell e durante a música Nasty Reputation eu toquei junto com a guitarra, mas o riff que eu tocava era diferente da que tocava no cd; apenas aproveitei o ritmo da bateria e compus o riff mais rocker do cd. Com uma lista de letras do Bruce disponível (acho que essa era sobre a Carol), eu resolvi encaixar o riff na letra de Sweet Thing, e o refrão com aqueles acordes E-E-A-B saiu imediatamente. Mais tarde encaixei aquele riff que utiliza a pentatônica de A para dar uma mudança antes do solo.
NOISE GARDEN – Essa música foi composta inteira num ensaio Bruce-e-eu, bateria e guitarra, em meados de 2000. A guitarra afinada com a 6.ª corda em D desde sempre proporcionou uma facilidade incrível para criar riffs legais, e após aquele ensaio levamos as fitas para casa, gravamos os mp3, e escrevi os riffs no Guitar Pro. A partir daí apenas estipulei a ordem dos riffs e a música estava pronta. Achamos que tinha um estilo Soundgarden, daí o nome de trabalho “Noise Garden”, tipo gozação. Resolvi, então, escrever uma letra de gozação sobre a temática grunge e suas letras depressivas-deprimentes. Mandei alguns versos e o refrão pro Bruce e ele escreveu o resto. A gravação das bases dessa música foi muito legal; pluguei a guitarra Squier Stratocaster do Bruce no amplificador (acho que Fender) do estúdio e consegui um timbre distorcido muito legal. Seco e poderoso. Enquanto tocava eu percebia que o som estava muito legal. Realmente senti muito gosto de tocar aquele riff daquele jeito. Por alguma razão eu resolvi fazer o solo dessa música e durante muito tempo me julguei capaz de fazê-lo. Até hoje acho sensacional e me surpreendo com o início com bends e depois aquele lick com a ponte que remete a Joe Satriani (no final da música Surfing With the Alien). O resto do solo também me parece bastante satisfatório. Nos últimos tempos eu optei por me concentrar nas funções de guitarra base e deleguei ao Cláudio a tarefa de executar o solo de Noise Garden, e o legal é que ele preservou esse lick Satch. É a única música com afinação diferente no disco, e por essa razão com maior peso, de modo que deixamos por último. Na época, não achava que fosse uma grande composição – sequer era tocada nos primeiros shows e demorou para ser ensaiada com a banda inteira - , mas aos poucos fomos inserindo no set list e hoje a considero um clássico da banda, e o início de uma tendência de compor com essa afinação (dropped-D).
SPECTREMAN – Achamos na internet o mp3 com a música de abertura do memorável seriado japonês Spectreman. O Guilherme Deathroner tirou a parte do baixo, o que acabou me motivando para tirar a parte do violão. A partir daí se tornou um hino da banda a ser tocado em todos os ensaios e shows. Resolvemos colocar como faixa-escondida do cd. Eu gravei as bases com a guitarra Squier Stratocaster do Bruce. Na hora do solo (que eu geralmente fazia) optou-se por delegar a tarefa de gravar a base ao Cláudio, pois ele tinha maior aptidão para fazer alguns barulhos diferentes e truques legais com a guitarra; mas ele acabou se limitando a fazer os acordes com um único toque, finalizando apenas com um harmônico artificial. Nada muito inventivo – eu poderia ter feito tudo aquilo. Mas só assim para ter os dois guitarristas gravando essa faixa.
quinta-feira, 11 de dezembro de 2008
Discos essenciais - Black Sabbath “Cross Purposes” (1994)
Conheci Black Sabbath no início dos anos 1990 pelos vídeos de “Iron Man” e “Paranoid” que a MTV exibia (geralmente no “Clássicos MTV” e no “Fúria Metal”, não por acaso apresentados pelo Gastão). Desde então, e pelas leituras da Rock Brigade e da Top Rock, já sabia que se tratava de uma das três bandas fundamentais do rock pesado. O primeiro cd que ouvi foi uma coletânea disponível na TV3 Video para locação, “Forever”, com algumas das faixas clássicas da banda de Birmingham com Ozzy Osborne (uma das mais marcantes era “Under the Sun”, que para mim definia o som do Sabbath). Lembro, por fim, do Beavis & Butthead “cantando” o riff de “Iron Man”.
Lá por 1994 a idéia transmitida pelo Gastão - que incorporei por muito tempo - era de que somente o material do Sabbath com Ozzy seria o que valia a pena ouvir, assim como o do período com Dio; mas toda a discografia de Iommi com Tony Martin seria desprezível. Aliás, parece-me que isso ainda é uma espécie de senso comum. Mas na época, ainda não conhecia suficientemente a banda para desmentir isso; lembro que em 1994 o Sabbath estava lançando “Cross Purposes”, com um clip na MTV para “The Hand That Rocks the Cradle”, e naquele ano a banda se apresentou no memorável Monsters of Rock com Kiss, Suicidal Tendencies, Dr. Sin, Angra, etc. A formação que veio se apresentar aqui era assombrosa: Iommi, Geezer Butler, Bill Ward e Martin. ¾ da formação original. E "Cross Purposes" marcou o retorno de Tony Martin, após a breve reunião da formação "Mob Rules" para o disco e turnê de "Dehumanizer" em 1992.
No final dos anos 1990 (mais espcificamente entre 1998 e 1999), depois de conhecer todos os discos da era Ozzy e dos anos Dio, as pesquisas me levaram aos discos com outros vocalistas: Glenn Hughes, Ian Gillan e Tony Martin. Em relação ao último é que recaem as maiores restrições, e cheguei a conclusão de que os discos dessa época, se não são clássicos, contêm composições excelentes de Iommi, e não há como negar que Martin escreve boas letras e as interpreta decentemente.
Um grande amigo dos tempos de colégio, o Giulia, adquiriu “Cross Purposes” de um vizinho de prédio dele, e depois de algum tempo, e de ouvir com atenção o disco, persuadi a que ele trocasse esse e o tributo ao Kiss (“Kiss My Ass”) por um bootleg do Metallica (gravado em Donington, 1996, pouco antes do “Load”).
Como todo disco do Sabbath, “Cross Purposes” tem um punhado de músicas muito interessantes. A melhor delas é mesmo o single “The Hand That Rocks the Cradle”. Lamentavelmente não conheço nenhuma versão ao vivo dessa faixa (não constou do CD/DVD “Cross Purposes Live”). O dedilhado do início (e que volta depois do solo) parece simples, o mesmo esquema é tocado várias vezes só mudando algumas notas, mas não consigo tirar igual ao disco. Depois que Martin grita “Toniiiiiiiiiiiiiiiight” vem um daqueles riffs inacreditáveis de Iommi, autêntico e com marca registrada para headbanging. Sobre esse riff são cantados os versos, e o refrão é acompanhado por acordes. A estrutura é essa, bem simples, mas a música é matadora. Riff e refrão muito inspiradores.
A faixa de abertura, “I Witness” é um pouco incomum, com várias partes, e um riff excelente durante os versos. A seguinte é outra das melhores, “Cross of Thorns”, que começa meio balada e depois fica muito legal - Iommi tem a manha para tornar essas músicas interessantes, e é por isso que se deve ouvi-las quase na íntegra para poder julgá-las boas ou ruins. “Imaculate Deception” tem uma boa dinâmica rápido/lento, “Psichophobia” tem andamento quebrado (não muito típico do Sabbath) e “Evil Eye” tem um baita riff e um curioso crédito a Eddie Van Halen (será que o cara compôs o baita riff dessa música?).
Se “Cross Purposes” não é um clássico do Sabbath, pelo menos conta com Geezer Butler e Bobby Rondinelli (ex-Rainbow, preterido por Eric Carr na escolha para substituto de Peter Criss no Kiss) e tem um número razoável de composições excelentes. É um dos meus favoritos e por toda a parte de guitarra é um disco essencial.
Lá por 1994 a idéia transmitida pelo Gastão - que incorporei por muito tempo - era de que somente o material do Sabbath com Ozzy seria o que valia a pena ouvir, assim como o do período com Dio; mas toda a discografia de Iommi com Tony Martin seria desprezível. Aliás, parece-me que isso ainda é uma espécie de senso comum. Mas na época, ainda não conhecia suficientemente a banda para desmentir isso; lembro que em 1994 o Sabbath estava lançando “Cross Purposes”, com um clip na MTV para “The Hand That Rocks the Cradle”, e naquele ano a banda se apresentou no memorável Monsters of Rock com Kiss, Suicidal Tendencies, Dr. Sin, Angra, etc. A formação que veio se apresentar aqui era assombrosa: Iommi, Geezer Butler, Bill Ward e Martin. ¾ da formação original. E "Cross Purposes" marcou o retorno de Tony Martin, após a breve reunião da formação "Mob Rules" para o disco e turnê de "Dehumanizer" em 1992.
No final dos anos 1990 (mais espcificamente entre 1998 e 1999), depois de conhecer todos os discos da era Ozzy e dos anos Dio, as pesquisas me levaram aos discos com outros vocalistas: Glenn Hughes, Ian Gillan e Tony Martin. Em relação ao último é que recaem as maiores restrições, e cheguei a conclusão de que os discos dessa época, se não são clássicos, contêm composições excelentes de Iommi, e não há como negar que Martin escreve boas letras e as interpreta decentemente.
Um grande amigo dos tempos de colégio, o Giulia, adquiriu “Cross Purposes” de um vizinho de prédio dele, e depois de algum tempo, e de ouvir com atenção o disco, persuadi a que ele trocasse esse e o tributo ao Kiss (“Kiss My Ass”) por um bootleg do Metallica (gravado em Donington, 1996, pouco antes do “Load”).
Como todo disco do Sabbath, “Cross Purposes” tem um punhado de músicas muito interessantes. A melhor delas é mesmo o single “The Hand That Rocks the Cradle”. Lamentavelmente não conheço nenhuma versão ao vivo dessa faixa (não constou do CD/DVD “Cross Purposes Live”). O dedilhado do início (e que volta depois do solo) parece simples, o mesmo esquema é tocado várias vezes só mudando algumas notas, mas não consigo tirar igual ao disco. Depois que Martin grita “Toniiiiiiiiiiiiiiiight” vem um daqueles riffs inacreditáveis de Iommi, autêntico e com marca registrada para headbanging. Sobre esse riff são cantados os versos, e o refrão é acompanhado por acordes. A estrutura é essa, bem simples, mas a música é matadora. Riff e refrão muito inspiradores.
A faixa de abertura, “I Witness” é um pouco incomum, com várias partes, e um riff excelente durante os versos. A seguinte é outra das melhores, “Cross of Thorns”, que começa meio balada e depois fica muito legal - Iommi tem a manha para tornar essas músicas interessantes, e é por isso que se deve ouvi-las quase na íntegra para poder julgá-las boas ou ruins. “Imaculate Deception” tem uma boa dinâmica rápido/lento, “Psichophobia” tem andamento quebrado (não muito típico do Sabbath) e “Evil Eye” tem um baita riff e um curioso crédito a Eddie Van Halen (será que o cara compôs o baita riff dessa música?).
Se “Cross Purposes” não é um clássico do Sabbath, pelo menos conta com Geezer Butler e Bobby Rondinelli (ex-Rainbow, preterido por Eric Carr na escolha para substituto de Peter Criss no Kiss) e tem um número razoável de composições excelentes. É um dos meus favoritos e por toda a parte de guitarra é um disco essencial.
quarta-feira, 10 de dezembro de 2008
O CD da Burnin´ Boat - "Ignitin´" (2001) - Parte I - a gravação
Ignitin´
A história do nosso cd começou a partir do momento em que consolidamos a formação da banda e reunimos um punhado de composições próprias. Após o ingresso do Nilton e do Cláudio evoluímos rapidamente e fizemos bons shows. Em meados de 2000, Bruce acenou, então, com a possibilidade de patrocínio do cd, e o esquema foi mais ou menos o seguinte: a mãe do Bruce, a Janice, havia custeado uma grande viagem do irmão dele pelo exterior, e assim ela queria fazer algo do tipo para o filho mais velho; como o Bruce não se interessava por viagens desse tipo, surgiu a idéia de que a Janice poderia arcar com a gravação do cd. Assim, a nossa responsabilidade seria, exclusivamente, o comparecimento ao estúdio para gravar as nossas músicas. O repertório consistia em “Hidden”, “Over the Moon”, “Boats are Burning”, “Cold Wind”, “Noise Garden”, “Sweet Thing” e “Attitude Adjustment”, além das covers de Fastway (“Say What You Will”, imortalizada na abertura do seriado Armação Ilimitada) e do conhecido tema de abertura do seriado japonês Spectreman.
A escolha do estúdio e do produtor foi feita pelo próprio Bruce, que acatou sugestão do Pedro, que já utilizava largamente o Estúdio Brother´s e o Wayner há um bom tempo, seja com a Parasite, seja com a Winston. A idéia era a de que cada instrumento seria gravado separadamente, e que com tudo gravado no micro poderíamos regravar as linhas no futuro sempre que quiséssemos (mais tarde soubemos que as coisas não eram assim tão simples, e que tomaria um tempo tão grande na mixagem das faixas que seria mais fácil gravar tudo de novo).
No inverno de 2000, lá por junho, começamos as gravações. Acho que foi num sábado que gravamos as linhas de bateria – eu tocando junto à mesa de som, e o Bruce isolado no estúdio. A primeira música foi Boats are Burning, e a estratégia do Bruce que era a de gravar logo a música mais rápida, para aproveitar que estava descansado, se revelou despicienda, pois na verdade era mais importante aquecer com uma mais tranqüila. Gravamos, então, Over the Moon, e sucessivamente todas as outras. Acredito que o próximo a gravar foi o Nilton, que numa manhã gelada gravou todas as suas linhas, basicamente na primeira tentativa (talvez só o início de Noise Garden, que ainda não estava bem assimilado, tenha causado alguma complicação). Acho que a guitarra base, sempre gravada duas vezes, foi completada em uma ou duas tardes. Quando fomos gravar os meus solos, rolou um mal-entendido incrível, que quase arruinou a gravação do cd. Foi uma falha de comunicação entre eu e o Wayner, e após várias horas de gravação, quando percebi que todos os solos que eu tinha feito até ali – tudo em um take só - , com todos os erros, estavam valendo como se fossem as versões definitivas, me decepcionei com o grande número de pessoas da banda e de fora da banda que estava na mesa de som e não percebeu que algo estava errado. Sucedeu um período bizarro de insatisfação crescente, no qual as coisas não eram ditas abertamente, até que meses depois nos encontramos na Famecos, eu, Bruce e Luciano, e falamos sobre todas essas babaquices. Felizmente superamos tudo isso, e reiniciamos as gravações em fevereiro de 2001, já com duas novas (e boas, a nosso juízo) músicas: Heartbreakin´ e Black Dressing Soul. Essas músicas foram compostas em ensaios, e resolvemos acrescentá-las ao repertório do cd.
Essa segunda etapa de gravações foi mais rápida; em umas duas ou três sessões gravei as guitarras dessas novas, e refiz as de “Over the Moon” e “Say What You Will”, bem como o solo da primeira. O Cláudio e o Nilton também não tiveram problemas, e o Luciano finalizou as gravações de todos os vocais. Com tudo registrado, o Bruce e o Wayner dedicaram algumas manhãs para mixar as músicas e finalizar o projeto. O Bruce e o Minduim cuidaram da parte gráfica do encarte e de toda logística, e assim no início do inverno de 2001 tínhamos o cd pronto. A idéia do título “Ignitin´” foi do Bruce, assim como a de não agradecer ninguém que não a mãe dele (sem a qual o cd não teria sido possível na época) e a Raquel (que compôs a letra de algumas músicas para a banda, notadamente “Hidden” e “Cold Wind”) nos créditos. As fotos do encarte foram tiradas pelo Bruce, e o modelo foi o Luciano, no cais do porto.
A história do nosso cd começou a partir do momento em que consolidamos a formação da banda e reunimos um punhado de composições próprias. Após o ingresso do Nilton e do Cláudio evoluímos rapidamente e fizemos bons shows. Em meados de 2000, Bruce acenou, então, com a possibilidade de patrocínio do cd, e o esquema foi mais ou menos o seguinte: a mãe do Bruce, a Janice, havia custeado uma grande viagem do irmão dele pelo exterior, e assim ela queria fazer algo do tipo para o filho mais velho; como o Bruce não se interessava por viagens desse tipo, surgiu a idéia de que a Janice poderia arcar com a gravação do cd. Assim, a nossa responsabilidade seria, exclusivamente, o comparecimento ao estúdio para gravar as nossas músicas. O repertório consistia em “Hidden”, “Over the Moon”, “Boats are Burning”, “Cold Wind”, “Noise Garden”, “Sweet Thing” e “Attitude Adjustment”, além das covers de Fastway (“Say What You Will”, imortalizada na abertura do seriado Armação Ilimitada) e do conhecido tema de abertura do seriado japonês Spectreman.
A escolha do estúdio e do produtor foi feita pelo próprio Bruce, que acatou sugestão do Pedro, que já utilizava largamente o Estúdio Brother´s e o Wayner há um bom tempo, seja com a Parasite, seja com a Winston. A idéia era a de que cada instrumento seria gravado separadamente, e que com tudo gravado no micro poderíamos regravar as linhas no futuro sempre que quiséssemos (mais tarde soubemos que as coisas não eram assim tão simples, e que tomaria um tempo tão grande na mixagem das faixas que seria mais fácil gravar tudo de novo).
No inverno de 2000, lá por junho, começamos as gravações. Acho que foi num sábado que gravamos as linhas de bateria – eu tocando junto à mesa de som, e o Bruce isolado no estúdio. A primeira música foi Boats are Burning, e a estratégia do Bruce que era a de gravar logo a música mais rápida, para aproveitar que estava descansado, se revelou despicienda, pois na verdade era mais importante aquecer com uma mais tranqüila. Gravamos, então, Over the Moon, e sucessivamente todas as outras. Acredito que o próximo a gravar foi o Nilton, que numa manhã gelada gravou todas as suas linhas, basicamente na primeira tentativa (talvez só o início de Noise Garden, que ainda não estava bem assimilado, tenha causado alguma complicação). Acho que a guitarra base, sempre gravada duas vezes, foi completada em uma ou duas tardes. Quando fomos gravar os meus solos, rolou um mal-entendido incrível, que quase arruinou a gravação do cd. Foi uma falha de comunicação entre eu e o Wayner, e após várias horas de gravação, quando percebi que todos os solos que eu tinha feito até ali – tudo em um take só - , com todos os erros, estavam valendo como se fossem as versões definitivas, me decepcionei com o grande número de pessoas da banda e de fora da banda que estava na mesa de som e não percebeu que algo estava errado. Sucedeu um período bizarro de insatisfação crescente, no qual as coisas não eram ditas abertamente, até que meses depois nos encontramos na Famecos, eu, Bruce e Luciano, e falamos sobre todas essas babaquices. Felizmente superamos tudo isso, e reiniciamos as gravações em fevereiro de 2001, já com duas novas (e boas, a nosso juízo) músicas: Heartbreakin´ e Black Dressing Soul. Essas músicas foram compostas em ensaios, e resolvemos acrescentá-las ao repertório do cd.
Essa segunda etapa de gravações foi mais rápida; em umas duas ou três sessões gravei as guitarras dessas novas, e refiz as de “Over the Moon” e “Say What You Will”, bem como o solo da primeira. O Cláudio e o Nilton também não tiveram problemas, e o Luciano finalizou as gravações de todos os vocais. Com tudo registrado, o Bruce e o Wayner dedicaram algumas manhãs para mixar as músicas e finalizar o projeto. O Bruce e o Minduim cuidaram da parte gráfica do encarte e de toda logística, e assim no início do inverno de 2001 tínhamos o cd pronto. A idéia do título “Ignitin´” foi do Bruce, assim como a de não agradecer ninguém que não a mãe dele (sem a qual o cd não teria sido possível na época) e a Raquel (que compôs a letra de algumas músicas para a banda, notadamente “Hidden” e “Cold Wind”) nos créditos. As fotos do encarte foram tiradas pelo Bruce, e o modelo foi o Luciano, no cais do porto.
sábado, 6 de dezembro de 2008
Ensaio The Osmar Band - “Eleventh Earl of Mine” (05.12.2008)
A última vez que havia tocado com a Osmar Band fora no final de agosto, e desde então muitas coisas aconteceram. Durante esse tempo os caras não pararam de ensaiar e produzir clássicos, e acompanhei tudo, na medida do possível, pelos mp3 disponibilizados nos serviços de compartilhamento de arquivos. Agora parece que tudo foi superado e pude estrear os novos equipamentos. Apesar de vir de NH, consegui chegar pouco antes dos outros três, e assim não perdemos tempo. O Alemão está promovendo (e finalizando) uma bela reforma no local dos ensaios, e pelo que pudemos aferir, vai ficar uma bala. Provisoriamente, pois, tocamos na sala - no meu caso foi a primeira vez, e foi legal por ouvir o piano em ação. O Alemão também fez a sua parte na questão dos instrumentos: uma PRS muito legal, made in Korea, bastante confortável para tocar e com bons timbres, e um baixo Cort com captadores ativos, que já parecia regulado de fábrica. Uma pena que dessa vez não deu para registrar o ensaio como de costume, mas o Marcelo tentou fazer uns vídeos com a máquina fotográfica e o resultado, por hora, é incerto. O Alemão e eu iniciamos com as guitarras e tocamos uma das mais recentes, que ouvi em Rio Grande, na qual o Marcelo fez uma letra que permite a demonstração de toda a versatilidade da sua interpretação ao reproduzir o sotaque típico de um grande estado do centro do país. Aprendi os acordes na hora e a música ficou muito boa. Resolvi, então, promover a estréia do baixo SX SJB75 (só tinha ouvido ele na loja - em casa só liguei via UX1) e continuamos na mesma faixa, e depois evoluímos para uma que é dos primeiros clássicos da banda que toquei no primeiro ensaio. Como os acordes utilizam as mesmas cordas, mudando apenas algumas notas, fiz uma adaptação para o baixo e o resultado ficou bom. Tocamos primeiro uma versão normal, o Alemão reclamou que deveria ser mais rápida, então tocamos de novo uma “speed up version”. Sentindo-se inspirado, o Marcelo convocou-nos para compor alguma coisa, então lembrei de uma linha de baixo que criei durante o período de trânsito, na qual são utilizadas as notas E-C-B - a parte que havia criado para o refrão (G-F-GA-G-F-G-E) acabou sendo rejeitada por hora, pois poderia servir para uma outra composição. A história sobre como fomos instados a fazer um show para uma categoria profissional que exerce atividades em frente ao local dos ensaios foi recontada, e comentei que deveríamos aproveitar a verve irônica característica e escrever uma letra sobre uma questão complicada e embaraçosa típica dessa categoria; instantaneamente, o Marcelo fez a letra sobre a levada do baixo. A primeira vez que tocamos saiu melhor que a segunda, e espero que alguma delas tenha sido registrada no vídeo. Gostei de tocar com o baixo, mas ainda estou em fase de adaptação, pois a palhetada e digitação são muito diferentes em comparação com a guitarra, no sentido de que o baixo exige mais das mãos e dos dedos. Toquei de todo o jeito: com o indicador, com o polegar (técnica slap), com indicador e médio, com a mão inteira, com a palheta, só não toquei com a primeira metade do meu nome em inglês. Já com a guitarra, tocamos uma que é uma das minhas contribuições preferidas - a seqüência de acordes Am - Dmadd9 - Dmadd11 - Asus4/5+ (o Marcão também parece curtir bastante essa). Embora o braço da BFG não seja tão confortável quanto o da PRS ou da Ibanez, o certo é que para tocar esses acordes na BFG fica bem mais fácil. Diferentemente do que estava esperando, não tive problemas com o encordoamento 0.10 que passei a adotar (há 10 anos toco com o encordoamento 0.09). O Alemão foi ao piano e tocou uma do Elton John (que não reconheci) e uma já tradicional e boa do Tom Waits, com letra cada vez mais alterada, avacalhada e divertida a respeito dos próprios integrantes da Osmar (somos bons de rir de nós mesmos). Já ao final, com a BFG com timbre limpo e no captador P90 (fica cada vez mais claro para mim o quão certos estão os fanáticos pelo timbre desse captador) tocamos um pouco de "Stairway to Heaven". A gata nova do Alemão, nomeada "Osmar", passou o ensaio inteiro brincando com o cabo da minha guitarra, e ela dividiu as nossas atenções o tempo todo. Muito bom estar de volta.
sexta-feira, 5 de dezembro de 2008
CD - Beatles "Let It Be" (1970)
Diante da minha coleção de cds, uma pessoa próxima deu uma olhada por alto e lascou: "mas tu não tem nenhum cd dos Beatles?". Isso me lembra outro comentário, feito pelo Giulia, há muitos anos: o grande amigo dos tempos de colégio foi direto, "só tens isso?". Não posso culpá-los, pois apesar da quantidade, não há muita variedade, pois em grande parte as prateleiras são ocupadas por Kiss, Deep Purple, Metallica, Megadeth, Dream Theater, Yngwie Malmsteen, Van Halen, Black Sabbath, Led Zeppelin, etc.
Quanto aos Beatles, duas coisas: (a) dos 12 discos, por qual começar? (b) vale a pena comprar um desses 12 discos, ou o melhor é pegar uma boa coletãnea e se livrar de parte das músicas mais fracas da banda? Nas minhas pesquisas, já ouvi alguma coisa e não me entusiasmei particularmente por nenhum. O fato de que sempre há um disco diferente dos Beatles que é considerado definitivo ou o melhor ou o mais marcante também dificulta a tarefa de eleger um para aquisição (já vi serem citados "Revolver", "Sgt Peppers", "White Album", e até "Rubber Soul"). Meus pais gostam bastante e em casa tinha uma fita k7 de "Help!". Cheguei a ouvir com um pouco mais de atenção o "Revolver", mas recentemente acabei ficando curioso em relação a dois discos: "Abbey Road" e "Let It Be", pois o primeiro foi o último a ser gravado pela banda, mas o segundo foi o último a ser lançado, quase concomitantemente à comunicação oficial do encerramento das atividades dos "fab four".
Mas o que fundamentalmente me afastou dos discos dos Beatles foi o preço manifestamente exagerado e, por que não, extorsivo, exigido pelas lojas, geralmente mais de 30 reais. Afinal, o disco mais recente foi lançado há trinta e oito anos. Quem tinha direito já lucrou o suficiente com eles, e sendo como são parte do senso comum cultural há todos esses anos, entendo que seria mais do que razoável um preço do tipo 10 reais, para facilitar o acesso de todos a esses discos. Com 10 reais por disco, não haveria espaço para pirataria de todo o tipo, e qualquer pessoa poderia ter em casa a discografia inteira, talvez. Se a discografia do Black Sabbath e do Led Zeppelin já freqüentou os balaios com preços atrativos, nada mais natural que os discos dos Beatles serem vendidos nessas mesmas condições.
Então, aproveitando a inauguração do shopping novo, e a promoção da Saraiva, elegi, pelo critério menor preço, por parte do repertório e pelo fato de que a Osmar Band tem uma versão própria (tão boa e significativa quanto) da música mais conhecida, o "Let It Be". Afinal, esse disco contém a magnífica faixa-título e outra que é das minhas favoritas, "Get Back". Esta última é uma das composições mais próximas do hard rock - consigo facilmente imaginar umas guitarras legais para acompanhar os versos. Ouvindo a versão original, admiro a quantidade de melodias curtas na guitarra de Harrison durante a faixa inteira, bem como o solinho bem postado.
"Let It Be" é uma das músicas de rock mais conhecidas de todos os tempos, e é muito bela e simples. Melodiosa até não poder mais. É bem conhecida a bronca que McCartney tem sobre a produção do disco, conferida a Phil Spector. Pelo que andei lendo, a intenção original era gravar um disco "roots", ou "stripped down", o mais "live" possível. É por aí que se explica a quantidade de músicas bem básicas. E na contracapa há um esclarecimento prévio de que muitas faixas foram gravadas ao vivo, e durante a audição do disco fica bem fácil adivinhar quais são. Por razões que ainda ignoro, as fitas foram mandadas para Spector que introduziu uma série de orquestrações em algumas faixas, e a mais notória foi a também bela "The Long and Winding Road" (se todos têm um beatle favorito, o meu é McCartney).
Algumas músicas dos Beatles têm uma sonoridade familiar - em outras palavras, parece que já conhecemos a faixa, embora estejamos ouvindo pela primeira vez. Essa foi a sensação durante "Two of Us", que tem levada folk (violões e bumbo) e vocais harmonizados que inspiraram uma porção de bandas e aqui não posso deixar de lembrar, p. ex., as primeiras composições do Kiss na época Wicked Lester (existe um vídeo em que aparecem Paul Stanley, Gene Simmons e Eric Carr fazendo vocalizações para grandes clássicos dos Beatles, nesse sentido).
Mais melodia e mais sensação de "já ouvi isso em algum lugar" em "Dig a Pony", e é provável que já tenha ouvido mesmo a parte "Aaaaaaall I waaant is yooooooou". As intervenções (pequenos licks) de Harrison durante os versos me lembraram as que Steve Howe costuma fazer no repertório do Yes.
"Across the Universe" parece bem viajandona na parte "nothing is gonna change my world" (repetidas vezes), com a tão cara cítara.
Diz-se que ao tempo em que "I Me Mine" foi gravada em estúdio, Lennon já não fazia mais parte da banda. A faixa tem uma dinâmica interessante - começa de um jeito, faceira, "I Me Mine" e tal, até que fica mais rocker na parte "I me me mine", e essas partes vão se sucedendo até o final.
"Dig It" começa com um incomum "fade in", parece uma improvisação, e termina com "fade out" segundos depois, ao qual segue o piano arrepiante de "Let It Be" e os primeiros versos com McCartney. A música é perfeita, nada a tirar nem por (talvez se possa admitir a exclusão das orquestrações de Spector - acho que aí ficaria mais rocker e menos pomposa). Harrison não é virtuose mas sabe tocar os bends necessários para fazer um solo melodioso nessa faixa-título.
Depois de uma música tão grandiosa, fica estranho ouvir "Maggie Mae", um rock como tantos outros e que parece terminar pela metade. "I Got a Feeling" já se parece mais com uma música completa, com riffs e tudo mais e é outra que representa a intenção "crua" que a banda estava buscando originalmente. Do mesmo balaio vem "One After 909", e "For You Blue" - embora essa seja mais "blues" com slides e violão de cordas de aço.
Não consigo imaginar "The Long and Winding Road" sem as orquestrações de Spector - talvez fosse o caso de ouvir o "Let It Be - Naked" lançado em 2003. Outra bela composição de Macca.
O disco encerra com a faixa que, na verdade, deveria ter aberto os trabalhos: "Get Back": "Get back, Jojo! Go home".
Quanto aos Beatles, duas coisas: (a) dos 12 discos, por qual começar? (b) vale a pena comprar um desses 12 discos, ou o melhor é pegar uma boa coletãnea e se livrar de parte das músicas mais fracas da banda? Nas minhas pesquisas, já ouvi alguma coisa e não me entusiasmei particularmente por nenhum. O fato de que sempre há um disco diferente dos Beatles que é considerado definitivo ou o melhor ou o mais marcante também dificulta a tarefa de eleger um para aquisição (já vi serem citados "Revolver", "Sgt Peppers", "White Album", e até "Rubber Soul"). Meus pais gostam bastante e em casa tinha uma fita k7 de "Help!". Cheguei a ouvir com um pouco mais de atenção o "Revolver", mas recentemente acabei ficando curioso em relação a dois discos: "Abbey Road" e "Let It Be", pois o primeiro foi o último a ser gravado pela banda, mas o segundo foi o último a ser lançado, quase concomitantemente à comunicação oficial do encerramento das atividades dos "fab four".
Mas o que fundamentalmente me afastou dos discos dos Beatles foi o preço manifestamente exagerado e, por que não, extorsivo, exigido pelas lojas, geralmente mais de 30 reais. Afinal, o disco mais recente foi lançado há trinta e oito anos. Quem tinha direito já lucrou o suficiente com eles, e sendo como são parte do senso comum cultural há todos esses anos, entendo que seria mais do que razoável um preço do tipo 10 reais, para facilitar o acesso de todos a esses discos. Com 10 reais por disco, não haveria espaço para pirataria de todo o tipo, e qualquer pessoa poderia ter em casa a discografia inteira, talvez. Se a discografia do Black Sabbath e do Led Zeppelin já freqüentou os balaios com preços atrativos, nada mais natural que os discos dos Beatles serem vendidos nessas mesmas condições.
Então, aproveitando a inauguração do shopping novo, e a promoção da Saraiva, elegi, pelo critério menor preço, por parte do repertório e pelo fato de que a Osmar Band tem uma versão própria (tão boa e significativa quanto) da música mais conhecida, o "Let It Be". Afinal, esse disco contém a magnífica faixa-título e outra que é das minhas favoritas, "Get Back". Esta última é uma das composições mais próximas do hard rock - consigo facilmente imaginar umas guitarras legais para acompanhar os versos. Ouvindo a versão original, admiro a quantidade de melodias curtas na guitarra de Harrison durante a faixa inteira, bem como o solinho bem postado.
"Let It Be" é uma das músicas de rock mais conhecidas de todos os tempos, e é muito bela e simples. Melodiosa até não poder mais. É bem conhecida a bronca que McCartney tem sobre a produção do disco, conferida a Phil Spector. Pelo que andei lendo, a intenção original era gravar um disco "roots", ou "stripped down", o mais "live" possível. É por aí que se explica a quantidade de músicas bem básicas. E na contracapa há um esclarecimento prévio de que muitas faixas foram gravadas ao vivo, e durante a audição do disco fica bem fácil adivinhar quais são. Por razões que ainda ignoro, as fitas foram mandadas para Spector que introduziu uma série de orquestrações em algumas faixas, e a mais notória foi a também bela "The Long and Winding Road" (se todos têm um beatle favorito, o meu é McCartney).
Algumas músicas dos Beatles têm uma sonoridade familiar - em outras palavras, parece que já conhecemos a faixa, embora estejamos ouvindo pela primeira vez. Essa foi a sensação durante "Two of Us", que tem levada folk (violões e bumbo) e vocais harmonizados que inspiraram uma porção de bandas e aqui não posso deixar de lembrar, p. ex., as primeiras composições do Kiss na época Wicked Lester (existe um vídeo em que aparecem Paul Stanley, Gene Simmons e Eric Carr fazendo vocalizações para grandes clássicos dos Beatles, nesse sentido).
Mais melodia e mais sensação de "já ouvi isso em algum lugar" em "Dig a Pony", e é provável que já tenha ouvido mesmo a parte "Aaaaaaall I waaant is yooooooou". As intervenções (pequenos licks) de Harrison durante os versos me lembraram as que Steve Howe costuma fazer no repertório do Yes.
"Across the Universe" parece bem viajandona na parte "nothing is gonna change my world" (repetidas vezes), com a tão cara cítara.
Diz-se que ao tempo em que "I Me Mine" foi gravada em estúdio, Lennon já não fazia mais parte da banda. A faixa tem uma dinâmica interessante - começa de um jeito, faceira, "I Me Mine" e tal, até que fica mais rocker na parte "I me me mine", e essas partes vão se sucedendo até o final.
"Dig It" começa com um incomum "fade in", parece uma improvisação, e termina com "fade out" segundos depois, ao qual segue o piano arrepiante de "Let It Be" e os primeiros versos com McCartney. A música é perfeita, nada a tirar nem por (talvez se possa admitir a exclusão das orquestrações de Spector - acho que aí ficaria mais rocker e menos pomposa). Harrison não é virtuose mas sabe tocar os bends necessários para fazer um solo melodioso nessa faixa-título.
Depois de uma música tão grandiosa, fica estranho ouvir "Maggie Mae", um rock como tantos outros e que parece terminar pela metade. "I Got a Feeling" já se parece mais com uma música completa, com riffs e tudo mais e é outra que representa a intenção "crua" que a banda estava buscando originalmente. Do mesmo balaio vem "One After 909", e "For You Blue" - embora essa seja mais "blues" com slides e violão de cordas de aço.
Não consigo imaginar "The Long and Winding Road" sem as orquestrações de Spector - talvez fosse o caso de ouvir o "Let It Be - Naked" lançado em 2003. Outra bela composição de Macca.
O disco encerra com a faixa que, na verdade, deveria ter aberto os trabalhos: "Get Back": "Get back, Jojo! Go home".
quinta-feira, 4 de dezembro de 2008
CD - Deep Purple "Made in Japan (The Remastered Edition)" (1972 - 1998)
Como colecionador de cds, nada mais irônico e frustrante do que, após investir tempo e dinheiro para completar a discografia de alguma banda, ver serem relançados os discos remasterizados, ou ainda com a adição de "bonus tracks". Foi com essa sensação que vi o lançamento de "Made In Japan" em versão remasterizada e com cd duplo (no disco 2 tem os "encores": "Black Night", "Speed King" e "Lucille"). Mas somente havia disponível importado e com preço exorbitante, então nem perdi o sono por causa dele. Numa das recentes visitas rápidas ao Centro passei pela House of Metal e no balaio do cara gente-fina que atende lá tinha essa "Remastered Edition" por 30 pila. Nada mal para um disco duplo nacional (muitos discos simples custam mais caro que isso). E assim, a minha coleção de discos do Deep Purple engrossa (mas ainda falta coisa...).
Em data bem recente escrevi sobre o original "Made in Japan". E assim me reporto a tudo o que escrevi ali, sobretudo porque ainda acredito que se trata do melhor disco ao vivo de rock de todos os tempos.
As diferenças da versão remasterizada para a original ficam mais fáceis de perceber com o auxílio de headphones - esse exercício farei em outra oportunidade - ou de um som potente.
As "encores" são não menos que clássicos dos primórdios do Mark II, sendo que "Speed King" e "Black Night", quase quarenta anos depois, ainda fazem parte do repertório da banda, com maior ou menor persistência. Já sabia, por bootlegs da época do "In Rock", que "Black Night" era tocada em versão "full-throttle", totalmente incendiária e enérgica, e o mesmo se repete aqui. A levada da bateria é muito empolgante e a faixa ganha uma dimensão incrível se comparada com o original de estúdio. Alguns erros antes e depois dos solos, mas a música segue - em todo o caso se entende porque foi preterida no disco, o mesmo podendo ser dito de "Speed King". Nesse último caso é bem difícil ouvir alguma coisa, pois os caras parecem estar arrebentando os instrumentos, e aí seria uma espécie de "bis in idem" diante dos quase 20min de "Space Truckin´" - que acabou ficando no disco. Por fim, "Lucille" demora um monte para começar; trata-se de uma versão bastante particular desse clássico do blues, que vai ficando cada vez mais demente até o final absolutamente insano. Então esse cd de "encores" é para quem realmente ainda tem um pouco de ouvido, pois a barulheira é incomparável - solos de Lord e de Blackmore especialmente.
O booklet é tranqüilo de ler (ao contrário de outros, muito longos, como o da edição de 25 anos de "In Rock"), e traz condensadas todas as informações que já conhecia de forma dispersa: a gravação dos shows se deu por iniciativa e sugestão da representação da gravadora no Japão, e a idéia era apenas lançar lá o disco, evoluindo depois para lançamento também na Inglaterra após "Who Do We Think We Are", ao contrário do resto do mundo que viu o lançamento de "Made in Japan" antes do último disco de estúdio do Mark II até o retorno em 1984; o lançamento do triplo "Live in Japan", que o Tiago tem (o cara comprou em 1998, numa das primeiras aquisições pela internet por alguém conhecido que tenho notícia), e que traz quase a íntegra das três apresentações do Purple em solo japonês (duas em Osaka e uma em Tóquio); o esclarecimento sobre onde cada faixa do disco foi registrada, e as razões da escolha de cada qual (o repertório permaneceu praticamente invariável nos três shows, mudando só os "encores", e a escolha das versões para o disco seguiram mais ou menos o seguinte: a melhor performance foi a da terceira noite, no Budokan em Tóquio, mas a acústica não era favorável, e dali saíram "The Mule" e "Lazy" (além de "Black Night" e "Speed King"); na primeira noite em Osaka a banda estava cansada pela longa viagem e tocou timidamente, e dali saiu apenas "Smoke on the Water" (conforme o booklet do "Live in Japan", só o foi porque se tratou da única noite em que Blackmore não arruinou a introdução); sobrou, então, a performance da segunda noite em Osaka, a mais aceitável, e dali sairam "Highway Star", "Child in Time", "Strange Kind of Woman", "Space Truckin´" e a encore "Lucille". Os caras tiveram o cuidado de não fazer coincidirem as versões bônus desta "rematered edition" com aquelas que já constavam do "Live in Japan", de maneira que, conforme o booklet, apenas a versão de "Black Night da segunda noite em Osaka permanece não lançada - provavelmente aguardando o próximo lançamento de "Made in Japan - definitive edition".
Em data bem recente escrevi sobre o original "Made in Japan". E assim me reporto a tudo o que escrevi ali, sobretudo porque ainda acredito que se trata do melhor disco ao vivo de rock de todos os tempos.
As diferenças da versão remasterizada para a original ficam mais fáceis de perceber com o auxílio de headphones - esse exercício farei em outra oportunidade - ou de um som potente.
As "encores" são não menos que clássicos dos primórdios do Mark II, sendo que "Speed King" e "Black Night", quase quarenta anos depois, ainda fazem parte do repertório da banda, com maior ou menor persistência. Já sabia, por bootlegs da época do "In Rock", que "Black Night" era tocada em versão "full-throttle", totalmente incendiária e enérgica, e o mesmo se repete aqui. A levada da bateria é muito empolgante e a faixa ganha uma dimensão incrível se comparada com o original de estúdio. Alguns erros antes e depois dos solos, mas a música segue - em todo o caso se entende porque foi preterida no disco, o mesmo podendo ser dito de "Speed King". Nesse último caso é bem difícil ouvir alguma coisa, pois os caras parecem estar arrebentando os instrumentos, e aí seria uma espécie de "bis in idem" diante dos quase 20min de "Space Truckin´" - que acabou ficando no disco. Por fim, "Lucille" demora um monte para começar; trata-se de uma versão bastante particular desse clássico do blues, que vai ficando cada vez mais demente até o final absolutamente insano. Então esse cd de "encores" é para quem realmente ainda tem um pouco de ouvido, pois a barulheira é incomparável - solos de Lord e de Blackmore especialmente.
O booklet é tranqüilo de ler (ao contrário de outros, muito longos, como o da edição de 25 anos de "In Rock"), e traz condensadas todas as informações que já conhecia de forma dispersa: a gravação dos shows se deu por iniciativa e sugestão da representação da gravadora no Japão, e a idéia era apenas lançar lá o disco, evoluindo depois para lançamento também na Inglaterra após "Who Do We Think We Are", ao contrário do resto do mundo que viu o lançamento de "Made in Japan" antes do último disco de estúdio do Mark II até o retorno em 1984; o lançamento do triplo "Live in Japan", que o Tiago tem (o cara comprou em 1998, numa das primeiras aquisições pela internet por alguém conhecido que tenho notícia), e que traz quase a íntegra das três apresentações do Purple em solo japonês (duas em Osaka e uma em Tóquio); o esclarecimento sobre onde cada faixa do disco foi registrada, e as razões da escolha de cada qual (o repertório permaneceu praticamente invariável nos três shows, mudando só os "encores", e a escolha das versões para o disco seguiram mais ou menos o seguinte: a melhor performance foi a da terceira noite, no Budokan em Tóquio, mas a acústica não era favorável, e dali saíram "The Mule" e "Lazy" (além de "Black Night" e "Speed King"); na primeira noite em Osaka a banda estava cansada pela longa viagem e tocou timidamente, e dali saiu apenas "Smoke on the Water" (conforme o booklet do "Live in Japan", só o foi porque se tratou da única noite em que Blackmore não arruinou a introdução); sobrou, então, a performance da segunda noite em Osaka, a mais aceitável, e dali sairam "Highway Star", "Child in Time", "Strange Kind of Woman", "Space Truckin´" e a encore "Lucille". Os caras tiveram o cuidado de não fazer coincidirem as versões bônus desta "rematered edition" com aquelas que já constavam do "Live in Japan", de maneira que, conforme o booklet, apenas a versão de "Black Night da segunda noite em Osaka permanece não lançada - provavelmente aguardando o próximo lançamento de "Made in Japan - definitive edition".
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