segunda-feira, 28 de dezembro de 2009

CDs do Kiss - Parte VIII "Ace Frehley" (1978)


Em 1978 a maior banda de rock dos EUA era o Kiss, e os caras se julgaram tão bem sucedidos que resolveram lançar simultaneamente quatro discos solo, i. é, Ace, Gene, Paul e Peter lançaram discos solo na mesma data. Pelo que se sabe, cada um reivindicava para si a razão do sucesso do grupo, e isso agregado aos excessos que acompanham a fama (bebida e drogas) levou Peter e Ace a cogitarem a ideia de sair da banda; como medida de urgência, optou-se pelo lançamento dos discos solo. Em termos de som, quem se deu melhor foi Ace Frehley, o único que emplacou um single (“New York Groove”). Ace chamou o lendário Eddie Kramer (além de ser produtor de Jimi Hendrix, o cara também trabalhou em “Alive!”, “Alive II” e “Love Gun”), e contou com Anton Fig na bateria (o cara eventualmente substituiu Peter Criss nas sessões de “Dynasty” e “Unmasked”, formou a Frehley´s Comet e há muitos anos é o baterista da banda de apoio do Paul Schaffer no programa do David Letterman).

No Natal quente de 1993 já estava familiarizado com o som do Kiss nos anos 1970 e tinha curiosidade por esse CD solo de Ace, de maneira que foi por aí que pedi para os caras de uma loja de CDs importados e bootlegs para gravar uma fita K7 com o álbum. E o resultado foi altamente satisfatório. Eventualmente, adquiri o disco na Mad Sound em janeiro 1996 (junto com o “Images and Words” do Dream Theater), naturalmente importado, mas com preço pagável (não sabia que algum tempo depois a loja fecharia as portas).

Ace já tinha demonstrado aptidão para compor bons rocks (“Parasite”, “Shock Me” e “Rocket Ride”). E o cara mandou mais do mesmo no seu disco solo. Em TODAS as faixas os solos de guitarra são brilhantes demonstrações de como são legais as pentatônicas numa Gibson Les Paul. Muitas contêm riffs marcantes (“Rip It Out” é o melhor exemplo). Mais relevante, no entanto, é a diversidade do material: há músicas aceleradas (“Rip It Out”), cadenciadas (“Ozone”), rock (“Speeding Back to My Baby”). Além disso, Ace demonstrou capacidade para registrar camadas de guitarras, como na instrumental “Fractured Mirror” e em “Ozone”. Enfim, tanto quanto os solos de guitarra, TODAS as faixas desse álbum são muito boas.

Indiscutivelmente é o melhor dos discos solo de 1978 e seria um dos melhores da discografia do Kiss se tivesse contado com a contribuição do quarteto.

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