sexta-feira, 11 de dezembro de 2009

Resenha de CD - Rammstein "Reise, Reise" (2002)

Uma das coisas que jamais vou esquecer é o show infame do Rammstein na abertura para o Kiss no Jockey Club em 1999. Na época não conhecia nada do som dos caras, e aquele show, apesar de ter curtido um punhado de riffs das guitarras distorcidas e pesadas (executados com bastante repetição), acabou sendo marcado pelas performances de palco, digamos, bizarras dos alemães (aqui estou referindo especialmente a um episódio de interação entre o tecladista e o vocalista, que motivou reações de hostilidade com humor por parte da platéia...). Desde aquele show, apesar de um tempo depois o Bruce ter dito que os caras tocavam algumas boas músicas, jamais me interessei pelo som do Rammstein.

Isso mudou há um par de anos, quando vi no balaio da Multisom o disco "Mutter", que trouxe para casa pela curiosidade e pelo preço barato. Tive a surpresa, então, de que havia, de fato, músicas muito boas e riffs bem legais. A isso somava o fato de que o encarte com as letras em alemão poderia facilitar a aprendizagem da língua, quando resolvesse retomar os estudos. Naturalmente que, a partir daí, pesquisei a banda e baixei mp3 de alguns discos, notadamente "Reise, Reise" (o "Rosenrot" aluguei na Espaço Vídeo).

De todos, o disco que achei com o melhor conjunto de composições foi esse "Reise, Reise". A banda tem uma característica muito forte de riffs de guitarra arrasa-quarteirão conduzidos por uma bateria marcante, e o resultado é curioso, meio "dance metal" como já li em algum lugar. Sobre tudo isso há ainda uns bons sons com sintetizadores, com umas melodias legais sobre os riffs e acordes. Acaba sendo inspirador, pois.

Ainda não cheguei no estádio de compreender grande parte das letras - e geralmente isso é dispensável quando se está diante de boas faixas de guitarras. A faixa-título traduz o método de composição da banda: um riff poderoso de guitara, versos sobre uma base mais tranquila para enfatizar os vocais, refrão majestoso sobre o riff, e timbres excelentes de sintetizadores. Além desta, as melhores músicas de "Reise, Reise" são "Los", "Keine Lust", "Amerika", "Mein Teil". Demais músicas, como "Dalai Lama" e "Stein Um Stein" (que tem bonitas melodias), também são muito boas.

"Los" é uma faixa com violões e bateria; mas não é balada, é um heavy metal típico da banda. O violão manda ver num riff valoroso e simples, sobre o qual Till Lindemann canta a maior parte dos versos e do refrão. Percorre a faixa solos de uma espécie de harmônica desafinada. É a minha música favorita da banda.

"Keine Lust" é legal pela interação dos vocais com as guitaras nos versos. Ademais, o teclado complementa o riff principal de guitarra.

Aparentemente a letra de "Amerika" é uma gozação/crítica com símbolos tradicionais americanófilos; independentemente disso, o refrão é muito bom "We´re all live in Amerika, Amerika ist Wunderbar", tanto quanto as guitarras e as melodias.

"Mein Teil" é outra demonstração do tipo de inspiração que os caras trazem: um riff estupidamente pesado sobre o qual paira uma melodia de sintetizador. Além disso, os versos trazem a conhecida expressão "Du bist was du isst".

Se há apenas um disco para gostar de Rammstein, provavelmente esse disco é "Reise, Reise".

Um comentário:

Jefferson Dieckmann disse...

Concordo contigo! Se for preciso escolher um disco para se gostar do Rammstein, é este! De tempos em tempos, eu o ouço. Abraço!

LinkWithin

Related Posts with Thumbnails